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Terça - 23 de Março de 2021 às 10:41
Por: Wellington Sabino/Folha Max

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A estratégia do governador Mauro Mendes (DEM) de criar um “superferiado” de 10 dias em Mato Grosso para conter o avanço da pandemia de Covid-19 vai enfrentar resistência na Assembleia Legislativa, onde 24 deputados estaduais precisam votar o projeto que oficializará a antecipação de feriados. A informação é do 1º secretário da Casa, Eduardo Botelho (DEM) que até pouco tempo estava no comando do Legislativo.

Pelo proposta do Executivo, entre sexta-feira, dia 26, e domingo, dia 04 de abril, somente os serviços totalmente essenciais irão funcionar nas 141 cidades. As atividades normais voltarão somente no dia 05 de abril, uma segunda-feira.

Conforme o democrata, não há consenso entre os parlamentares para aprovar o projeto nos moldes em que foi enviado pelo Palácio Paiaguás. Na noite desta segunda-feira (22) após reunião com os deputados estaduais, o governador decidiu que antecipará 5 feriados que, juntando com a “Sexta-feira Santa” e 2 finais de semana, darão 10 dias consecutivos de folgas, principalmente aos trabalhadores de serviços não essenciais.

O problema é que essa medida vem sofrendo críticas e resistência, pois na avaliação de parte da população, essa estratégia não deverá funcionar, uma vez que não será capaz de evitar aglomerações de pessoas que acabam promovendo festas, churrascos e outros eventos que causam aglomerações em suas residências, nas casas de amigos, chácaras e outras localidades. Pela manhã desta terça-feira (23), Botelho se reuniu no Palácio Paiaguás, sede do Governo do Estado, com os secretários Mauro Carvalho (Casa Civil) e Rogério Gallo (Fazenda) e o deputado estadual Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD) para debaterem sobre o projeto enviado por Mendes.

Na saída, ele afirmou que nada está decidido quanto à aprovação em plenário da mensagem nos moldes que foi elaborado. “Estamos conversando e acho vai ter muita discussão na Assembleia, não tem unanimidade. Hoje eu diria até que vai ter dificuldade dentro da Assembleia, mas vamos ver. O governador vai encaminhar o projeto e vamos fazer as discussões lá dentro”, disse o democrata.

Botelho não adentrou em detalhes sobre quais são os pontos que são questionados pelos parlamentares, mas deixou claro que o governador vai enfrentar resistência. “A gente está vendo muita insatisfação, muitos entendendo que isso não resolve. É uma discussão que ninguém sabe exatamente o resultado e acho que vai ter sim dificuldade dentro da Assembleia”, antecipou o democrata.

Dentre os parlamentares insatisfeitos com o “superferiado”, está Janaina Riva (MDB), que já se posicionou contra a antecipação de feriados com fechamento do comércio. Ela avalia que as empresas não iriam aguentar mais um período de atividades suspensas. “Sou contra e metade dos deputados é contra também. Sou contra lockdown nesse momento. Acho que as empresas não sobrevivem a mais um lockdown. Mais 10 dias para quem está mal das pernas, não resiste”, declarou a deputada.

Já o presidente da Assembleia, Max Russi (PSB) informou que, além da antecipação de feriados, o Governo do Estado deverá propor outras medidas como redução da frota de ônibus e proibição de bebidas alcoólicas nos municípios como forma de desestimular as reuniões e encontros entre amigos e familiares que acabam gerando aglomerações e inviabilizando o isolamento social.

FERIADOS ANTECIPADOS

De acordo com Mauro Mendes, serão antecipados os feriados de Corpus Christi, Consciência Negra, Dia do Servidor Público, Dia do Trabalhador e aniversário dos municípios. "Estamos em uma situação muito delicada em todo o Brasil e em Mato Grosso. Triplicamos as UTIs em um ano, estamos fazendo todos os esforços para abrir mais, porém o sistema de saúde tem limite. Só com o reforço do distanciamento social poderemos frear a contaminação e as mortes", afirmou o governador.

Até o início do "feriadão" que ainda precisa ser aprovado pelos deputados, segue valendo o decreto que limita a atividade comercial a funcionar até 19h e implanta o toque de recolher após às 21 horas até 5h do dia seguinte em todo o Estado. A proposta do “superferiado” inclui reforçar as fiscalizações para evitar a circulação de pessoas com milhares de policiais nas ruas e também instalação de barreiras nas entradas e saídas de cada cidade. Patrulhamentos na zona rural também devem acontecer.





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