Guerra ao vírus no estado
Prefeitos de cidades-polos em MT devem anunciar ação conjunta Liderados por Emanuel Pinheiro, gestores devem anunciar medidas restritivas nesta segunda-feira
O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) se reuniu, neste domingo (28), por videoconferência, com os prefeitos de cidades-polos de Mato Grosso - como Cáceres, Juína, Tangará da Serra, Barra do Garças, Alta Floresta, Várzea Grande e Rondonópolis.
A reunião teve o objetivo de discutir ações conjuntas para o enfrentamento ao contágio pelo novo coronavirus, respeitando a realidade de cada município.
Nesta segunda-feira (29), um documento com as medidas construídas deve ser divulgado.
Emanuel Pinheiro disse entender que é fundamental a restruturação da Saúde nos municípios, evitando assim a penalização da população e a alta demanda na capital do Estado, em razão da desassistência aos municípios do interior, gerando um “efeito cascata”, mediante a alta demanda em cidades-polos.
Para se ter ideia da gravidade da situação, neste domingo, 214 pessoas de todo o Estado estão na fila de espera por um leito de UTI para Covid-19.
Desse total, 75% são do interior do Estado.
“Essa é a primeira vez que os municípios-polos, organizados por Cuiabá, reúnem-se para socializar suas angústias e as indagações sobre as prerrogativas dos gestores em defesa aos munícipes. Entendemos que não é com paixão política que as medidas devem ser adotadas. É preciso, sim, mais transparência e maior participação efetiva dos gestores municipais, principalmente, na elaboração da classificação de risco, um processo mantido longe do diálogo por parte do Governo do Estado", disse o prefeito.
"Causou perplexidade a todos nós essa tentativa de intimidação, por parte do Ministério Público, de ameaçar com afastamento o prefeito eleito, em razão de um decreto construído verticalmente. Causa indignação; é uma violência institucional e uma afronta ao Estado democrático de direito”, acrescentou o prefeito de Cuiabá.
Emanuel Pinheiro reforçou que os gestores municipais estão "angustiados e indignados" com a situação atual, na qual o Governo do Estado atribuiu aos municípios toda a responsabilidade, "mas não investiu, não socializou os recursos e nem os direitos, apenas os deveres".
“Estão fazendo de cada município uma panela de pressão, no momento em que estamos enfrentando a maior crise sanitária da história. Sobram para os municípios as responsabilidades, mas faltam a eles o respeito, dialogo, recursos e condições políticas e administrativas para a tomada de decisões”, disse.
Com dez leitos de UTI exclusivos para Covid, o prefeito de Juina (735 km a Noroeste de Cuiabá), Nicolas Veronese, disse que, mesmo com a fiscalização intensa para evitar aglomerações, entende que o fechamento completo das atividades não vai refletir no comportamento das famílias.
“Percebemos que são realizadas reuniões com 15, 20 familiares, o que incide na contaminação. Sou contra o fechamento”, afirmou.
José Carlos do Pátio, prefeito de Rondonópolis (212 km ao Sul da Capital), disse que considera injusta qualquer tentativa de penalização aos gestores municipais frente a todo esforço empenhado no combate ao contágio.
“Não é justo. Quando fechei tudo, no ano passado, me acusaram, apontaram irresponsabilidade. Mas, não arrependo. Fiz o correto pensando na população. Agora, não é justo que Mato Grosso seja o penúltimo no ranking de recebimento de vacinas contra a Covid. Vou à Justiça para garantir a ampliação das doses, o recebimento de forma mais célere”, afirmou.
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