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Cidades/Geral
Segunda - 12 de Abril de 2021 às 05:08
Por: Por Olívia Pires, G1 MT e TV Centro América

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Uma enfermeira de 44 anos foi presa em flagrante pela Polícia Civil na madrugada deste domingo (11) suspeita de furtar testes de Covid-19 do Hospital Santa Casa em Cuiabá — Foto: Polícia Civil de Mato Grosso
Uma enfermeira de 44 anos foi presa em flagrante pela Polícia Civil na madrugada deste domingo (11) suspeita de furtar testes de Covid-19 do Hospital Santa Casa em Cuiabá — Foto: Polícia Civil de Mato Grosso

A enfermeira de 44 anos que foi presa em flagrante pela Polícia Civil na madrugada deste domingo (11), suspeita de furtar testes de Covid-19 do Hospital Santa Casa em Cuiabá, passou por audiência de custódia e vai responder pelo crime em liberdade. Há suspeita de que ela furtava os testes para vender de forma particular.

A audiência de custódia ocorreu no início da tarde deste domingo. A Justiça entendeu que, pelo fato de ser enfermeira e pela falta de profissionais na linha de frente, ela deverá continuar atuando nessa área.

A Justiça também autorizou que ela continuasse no segundo emprego que tem em outro hospital. Caso seja demitida, deverá procurar outro trabalho na mesma área.

De acordo com a Polícia Civil, ela foi presa pelo crime de peculato cometido contra a unidade hospitalar pública. Com ela, os policiais encontraram diversos kits utilizados para testagem da Covid-19 e também materiais usados estritamente no ambiente médico hospitalar.

O caso foi descoberto após denúncia de que uma servidora da unidade que estaria furtando testes de Covid-19.

Na presença de uma recepcionista e de outras pessoas que estavam no local, os investigadores revistaram a bolsa da profissional e encontraram dentro de uma sacola plástica preta, diversos instrumentos e medicamentos utilizados para o teste de Covid-19.

Os investigadores foram informados de que nenhum servidor do hospital tem autorização para retirar medicamentos ou instrumentos hospitalares da unidade.

Versão da enfermeira

A profissional foi encaminhada para a delegacia e alegou desconhecimento sobre a maioria dos objetos encontrados em sua bolsa, somente reconhecendo os cateteres nasais, que disse ter o costume de “manter em sua bolsa” para atender emergência de estabilização.

Porém, em depoimento, ela respondeu que eram seus e que os utilizava em plantões particulares.

Um profissional de enfermagem ouvido na delegacia confirmou que todos os materiais encontrados com a enfermeira são de propriedade do hospital e que os códigos que constam são de controle interno da farmácia da unidade, como forma de saber como está sendo utilizado.

Ele informou ainda que a profissional detida tinha a função da triagem dos pacientes, o que não abrangia a realização de testes Covid-19, que é realizada por enfermeiros próprios da unidade hospitalar.

Ele destacou que servidor do hospital não tem autorização para sair com medicamentos ou instrumentos de trabalho.

A diretora do hospital compareceu à delegacia e também atestou a propriedade do material encontrado como sendo da unidade e frisou que os equipamentos de acesso venoso e nasal são de aquisição e uso estritamente médico hospitalar.

Outras informações coletadas pelos investigadores foram obtidas em conversa de aplicativo de mensagem do celular da enfermeira, que foi acessado pelos policiais com o consentimento formal dela e de seu advogado.

Em um trecho de conversa entre ela e um médico para acertar o valor de uma visita, a enfermeira pergunta se será necessário levar os materiais ou o paciente já tem, pois, caso tenha que levar, o valor cobrado será maior.

Na mensagem, ela diz que ‘vai ter que cobrar R$ 300 pois o material é muito caro e não consegue achar’.

Na mesma conversa, a enfermeira avisa ao médico que se ele precisar de qualquer material, ‘é só ele avisar que ela consegue também, pois quem não tem conhecimento hospitalar, pra comprar é complicado.’

O médico citado na mensagem também deverá ser investigado.

Flagrante por peculato

O delegado Caio Fernando Albuquerque, que atendeu o flagrante, explica que ainda que mesmo sendo contratada da Santa Casa, por exercer suas funções em unidade pública hospitalar, ela é equiparada a servidora pública, conforme previsto no Artigo 327 do Código Penal.

Albuquerque autuou a enfermeira em flagrante pelo crime de peculato (artigo 312 do CP).

A investigação ficará sob responsabilidade da 2ª Delegacia de Polícia de Cuiabá.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) disse que a equipe responsável pela unidade de saúde já prestou todos os esclarecimentos necessários e o caso segue sob a investigação da Policia Civil.





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