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Sexta - 23 de Abril de 2021 às 11:20
Por: Metrópoles

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John Slater/Getty Images

Muito é falado sobre consentimento e os limites que determinam o que é ou não abuso sexual. E, dentro do assunto, uma das questões mais polêmicas e nebulosas é o stealthing – termo que dá nome ao ato de tirar a camisinha durante o sexo sem que a parceria veja.

Em português, a palavra significa, em tradução livre, “furtivo”. Ainda que muita gente não saiba, o stealthing é considerado crime de violação sexual mediante fraude, se encaixando no artigo 215 do Código Penal. A pena é de dois a seis anos de reclusão.

Mas fica o questionamento: o que leva uma pessoa a tirar o preservativo sem que a outra veja? Segundo o terapeuta sexual André Almeida, os motivadores podem ser vários.

“Uns dizem que é pelo prazer, pois sem camisinha a sensação é diferente. Outros pelo risco e adrenalina. E em muitos casos, acontece também dos motivos serem os mesmos de um estupro, por exemplo: a sensação de poder e dominação de você poder fazer algo mesmo sabendo que a outra pessoa não quer aquilo”, explica.

Além de trazer diversos riscos, como a contaminação por alguma infecção sexualmente transmissível ou mesmo uma gravidez indesejada no caso das mulheres, o stealthing é uma clara quebra de consentimento.

“O que foi acordado foi o sexo com camisinha. A partir do momento em que ela é tirada sem permissão, já está fora do acordo”, afirma. Contudo, muita gente não problematiza esta técnica porque o ato sexual, em si, é consentido.

André explica que as pessoas que praticam stealthing se aproveitam do fato de que, durante o sexo, é normal ficar absorto no ato e não prestar atenção aos detalhes externos. Isso, segundo o terapeuta, deixa a questão ainda mais complicada.

“Como fica se no meio do sexo a pessoa tira a camisinha, continua o ato sexual e a outra não percebe? Ela está confiando plenamente na pessoa e na segurança do sexo, e nem percebeu que está sem camisinha. Às vezes vai perceber no final, às vezes nunca chega a saber”, diz.

Por isso, o especialista defende que, cada vez mais, o assunto seja aprofundado, abordado e estudado. “Não foi consentido e coloca a vítima em risco. Também é um crime sexual, e precisa ser levado em conta”, finaliza.





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