Repórter News - reporternews.com.br
Policia MT
Sexta - 30 de Abril de 2021 às 06:29
Por: Wellington Sabino/Folha Max

    Imprimir


Além do empresário Wagner Florêncio Pimentel, de 47 anos, apontado como líder de um esquema de sonegação em Mato Grosso, que negociava um acordo de delação premiada, mas foi assassinado em fevereiro de 2019, outro integrante do esquema fez delação que já foi homologada pelo Tribunal de Justiça. Os detalhes do acordo ainda são desconhecidos, mas em breve deverão auxiliar o avanço das investigações em andamento no âmbito da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) e da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz). A delação é um desdobramento da Operação Crédito Podre.

A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira (29), durante reunião ordinária da CPI da Sonegação e Renúncia Fiscal da Assembleia Legislativa. A confirmação sobre a existência de outro delator partiu de um dos integrantes da Sefaz, quando respondia aos questionamentos do deputado estadual Wilson Santos (PSDB), presidente da CPI.

O tucano questionou os representantes da Sefaz sobre as tratativas do acordo que estariam em curso por parte de Wagner Pimentel e qual foi o desfecho após o assassinato do empresário. Wilson Santos revelou que pediu à Justiça o acesso a essa delação de Wagner Pimentel, na qual ele teria entregado "meio mundo" pois, segundo o deputado, Wagner era "laranja" usado por grandes empresários e empresas.

"Queremos entender como funcionava esse esquemão todo aqui no Estado. Pedimos à Justiça o acesso a esse acordo integral de delação premiada desse empresário, Wagner Florêncio Pimentel, nós ainda não recebemos. Mas segundo informçaões, ele entregou meio mundo aqui em Mato Grosso num esquema que levou a R$ 140 milhões de sonegação. Ele era um laranja usado por grandes empresários e empresas, nós queremos entender como que funcionava esse esquemão todo aqui no Estado", disse Santos.

"Solicitamos ao Poder Judiciário acesso a essas informações e ainda não recebemos, o que gostaria de saber é se a Defaz ou Secretaria de Fazenda tinham conhecimento, se houve algum inquérito, se houve algum procedimento apuratório em relação a isso porque fala-se em R$ 140 milhões sonegados só por esse esquema desse laranja. Doutor Fábio, não tem mais nada a acrescentar sobre esse espisódio?", questionou o presidente da CPI ao secretário-adjunto da Receita Pública da Sefaz, Fábio Fernandes Pimenta.

Por sua vez, tanto o secretário-adjunto da Receita Pública da Sefaz, Fábio Fernandes Pimenta, quanto o superintendente de Fiscalização, José Carlos Bezerra Lima, disseram que não tiveram acesso a qualquer informação repassada por Wagner antes de ser assassinado no dia 9 de fevereiro de 2019 no bairro Jardim das Américas, região nobre de Cuiabá.

Disseram que por parte da Sefaz, Wagner Pimentel só foi identificado como participante de esquema de sonegação e que as informações subsidiaram os trabalhos da Polícia Fazendária, que resultaram na Operação Crédito Podre e avançaram depois da prisão de Wagner Pimentel, resultando em outras diligências e depoimentos de mais empresários.

Foi, então, que um dos representantes da Sefaz que participava da reunião por videoconferência, revelou que outro integrante do esquema fez delação que foi homologada recentemente. "Há sim um outro membro da quadrilha apreendido em outra parte da operação, que também fez delação premiada. Fiquei sabendo que na semana passada foi homologado seu acordo de delação premiada. Esse está vivo ainda, mas a gente ainda não teve acesso ao conteúdo da colaboração dele", disse um dos participantes da reunião explicando que a partir do momento em que a Sefaz tiver acesso ao inteiro teor da delação, será possível identificar "os verdadeiros vilões" dessa trama toda.

HOMICÍDIO

Wagner Pimentel foi executado com 5 tiros na noite do dia 9 de fevereiro de 2019. Na época, ele usava tornozeleira eletrônica como medidas cautelares decorrentes de sua prisão e das investigaçõe na Operação Crédito Podre. O empresário foi morto dentro do seu carro um Renault Sandero, na rua Brasília, no Jardim das Américas, região nobre da Capital.

Em 7 março de 2019, a delegada Jannira Laranjeira Siqueira Campos Moura, que conduzia as investigações sobre o assassinato do empresário na Delegacia Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), revelou que ele estava negociando uma delação premiada com o Minsitério Público Estadual. “Segundo declaração da esposa, ele estava numa tratativa com o Ministério Público nesse sentido. Mas não foi reportado nada desse sentido no inquérito que investiga o homicídio”, declarou a delegada em coletiva.

Ela disse também que Wagner vinha recebendo ameaças de morte desde outubro de 2018. A prática, segundo a delegada, foi executada por pessoas contratadas por alguém “ainda oculto” naquela época.





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/442585/visualizar/