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Economia
Segunda - 10 de Maio de 2021 às 14:19
Por: Marcio Camilo/ Comunicação REM MT

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Edgar Bento
Terra já tratada com o calcário pronta para receber as mudas de limão
Terra já tratada com o calcário pronta para receber as mudas de limão

"Estou pronto. Tenho potência para encarar o serviço". Foi assim que Ademilson Bento de Santana, produtor rural de 67 anos aceitou um novo desafio em sua vida: fazer de seu sítio uma Unidade de Referência Técnica (URT) em produção de limão para os demais agricultores familiares da cidade de Jangada, a 70 quilômetros da capital de Mato Grosso, Cuiabá. Espera-se que 20 toneladas da fruta sejam produzidas anualmente na propriedade.



As URTs são projetos do Governo de Mato Grosso, por meio da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) que auxiliam as famílias do campo a aprimorarem suas produções. Isso é feito com a difusão de novas tecnologias que também garantem o desenvolvimento econômico e social dessas famílias. Com a chegada do Programa REM Mato Grosso, o conceito das URTs ganhou um reforço na questão de produzir com sustentabilidade com objetivo de manter os estoques florestais dos três biomas de Mato Grosso (Amazônia, Pantanal e Cerrado).



O sítio de Ademilson está inserido nessa lógica ao ser contemplado com recursos do Subprograma de Agricultura Familiar e de Povos e Comunidades Tradicionais (AFPCTs) do REM MT. No projeto, sua propriedade foi contemplada com 400 mudas de limão, além de fornecimento de adubos, calcário, sistema de irrigação e outros insumos. A terra está toda preparada para receber as mudas que devem ser plantadas durante este mês de maio.



Ademilson dedicou uma vida toda à agricultura familiar e ainda quer aprender muito mais. Conta que com os extensionistas da Empaer em Jangada aprendeu a plantar com o devido espaço, além de utilizar o calcário para tirar a acidez da terra e fazer com que as mudas cresçam com saúde e rendam bons frutos. "A minha vida toda eu plantei verduras, hortaliças, maracujá, limão... Isso vem de família. Aprendi essas coisas no dia-dia, no trato com a planta. Com essas novas tecnologias sugeridas através da Empaer e do REM, acredito que isso só vem a agregar no meu conhecimento. Por isso sou muito grato", disse.



Quem também está empolgado com a futura produção de limão é o genro de Ademilson, o também agricultor familiar, José Galhardo. Ele está trabalhando junto com o sogro na propriedade e avalia que há um grande potencial na cadeia produtiva do limão na baixada cuiabana, que envolve 14 municípios. Pensa em comercializar a fruta nas feiras e mercados de Jangada, Várzea Grande e Cuiabá. "Esse projeto tem sido um sonho para a nossa família. Estamos muito animados com essa possibilidade de melhorar a renda e garantir cada vez mais o nosso sustento e também levar alimento para outras famílias".



A empolgação de Galhardo faz sentido, levando em conta que 90% do limão que abastece os mercados dos municípios da baixada cuiabana vem de fora.



“É uma região onde concentra a grande parte do público consumidor de Mato Grosso. E muitos desses produtos, no caso do limão e outros, acabam vindo de outros estados. Então você tem um mercado consumidor próprio e você tem dificuldades de organizar a produção, que por sua vez sustentaria essas cidades. Nesse sentido a gente incentiva eles [agricultores familiares] e mostra que é possível produzir aqui perto”, ressalta Marcos Balbino, o coordenador do Subprograma de Agricultura Familiar e de Comunidade e Povos Tradicionais do REM.



A escolha da URT



Quem fez a proposta para Ademilson e Galhardo inscreverem o sítio como a URT de Jangada foi o extensionista da Empaer Edgar Bento. Ele já conhecia Ademilson há muitos anos e identificou que a sua área tinha um grande potencial para ser referência em produção sustentável. "Eu percebo que ele naturalmente tem esse entendimento. Aos fundos de sua propriedade tem uma grande mata de APP [Área de Preservação Permanente] por onde passa um riacho. Desde que eu o conheci, ele sempre se preocupou em fazer seus cultivos sem degradar essa mata", destacou o técnico da Empaer.



A partir disso, Bento enviou o projeto de URT ao Subprograma de Agricultura Familiar e de Povos e Comunidades Tradicionais do REM, que aceitou a proposta e começou a investir na propriedade. A Empaer, por sua vez, entrou com a orientação técnica. Já os produtores, com a mão de obra.



Se as coisas continuarem nesse ritmo, a expectativa é que o sítio da família de Ademilson se torne uma grande referência na região com uma produção de 20 toneladas de limão ao ano. Além de Bento, os produtores também contam com o auxílio dos técnicos Gláucio Guimarães e Roberto Damaceno na unidade local da Empaer em Jangada.



URTs e preservação da floresta



Para o presidente da Empaer, Renaldo Loffi, o “Alemão”, o REM MT fortaleceu o trabalho das URTs, no sentido de desenvolver ainda mais as cadeias produtivas e transferir os conhecimentos tecnológicos aos agricultores. “O REM MT reforçou nas URTs a importância de aumentar a produção e diminuir o desmatamento e, acima de tudo, melhorar a qualidade de vida das famílias do campo”, ressaltou o gestor.



Balbino, do REM MT, também explica que a propriedade de Ademilson está inserida dentro da lógica de redução do desmatamento e manutenção de estoques florestais. Trata-se de uma política ambiental incorporada pelo Governo de Mato Grosso desde 2015, quando o estado apresentou ao mundo as metas do programa Produzir Conservar e Incluir (PCI), na Convenção do Clima (COP 21) realizada em Paris.



A propriedade faz parte de uma rede de 20 URTs que são apoiadas pelo REM nos territórios "Baixada Cuiabana", "Noroeste" e “Portal da Amazônia”. Essas unidades servem de modelo de produção sustentável para mais de três mil famílias da agricultura familiar atendidas pela EMPAER no programa. No caso do sítio de Ademilson, ela compõe uma das cinco URTs da Baixada Cuiabana. Já as demais (15) estão distribuídas nos outros dois territórios do Subprograma de Agricultura Familiar e de Comunidade e Povos Tradicionais do REM.



“Essa metodologia [URT] possibilita ao técnico colocar em prática técnicas e aprimoramento nas atividades produtivas que já existem na região. E depois isso é mostrado aos demais produtores da região que é possível adotar aqueles melhoramentos na atividade”, enfatiza.



Ele também destacou que com a parceria do programa REM MT, os insumos e equipamentos chegam diretamente para as famílias beneficiadas que foram selecionadas pelos extensionistas da Empaer. Dessa forma, ele consegue montar todas as etapas com seus devidos insumos para aplicação das novas tecnologias.

Sobre o Programa REM MT



O Programa REM MT (do inglês, REDD para Pioneiros) é uma premiação ao Estado do Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento nos últimos 10 anos. A cooperação internacional dos governos do Reino Unido e da Alemanha doam recursos por meio do BEIS e do Banco de Desenvolvimento Alemão (KFW) para o Programa que aplica em ações de conservação da floresta a fim de reduzir emissões de CO2 no planeta. Para isso, beneficia diretamente iniciativas que contribuem para reduzir o desmatamento, estimular a agricultura de baixo carbono e apoiar povos indígenas e comunidades tradicionais.



É coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e gerenciado financeiramente pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). Saiba mais sobre o Programa REM MT em: https://remmt.com.br/





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