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Casos em que o risco de morte é iminente são atendidos, os demais descartados pelos médicos das unidades que estão em greve desde ontem
Pacientes são recusados nas policlínicas
Apenas os pacientes em situação de urgência e emergência são atendidos nas policlínicas de Cuiabá devido à greve dos médicos, deflagrada ontem. Os demais, apesar de apresentarem variados tipos de sintomas, são recusados e acabam voltando para casa sem passar por exames, diagnósticos e prescrição de medicação.
“Eu estou sentindo fortes dores na coluna desde ontem e hoje comecei a ter febre, mas disseram que não vão me atender porque meu caso não é grave”, disse a dona de casa Kelly da Silva, 25, grávida de quatro meses. De acordo com ela, a policlínica mais perto de sua casa é a do CPA I, que está fechada para reformas desde abril, quando teve as portas fechadas. Ela e o marido tiveram que se deslocar até a unidade do Planalto. “Mas não adiantou nada, quando a gente precisa, não tem atendimento”, disse Kelly, enquanto o marido, desesperado, fazia ameaças às paredes do estabelecimento, repetindo sempre “Ah, se alguma coisa acontecer com meu bebê...”.
Outra paciente que foi mandada para casa é a professora Luana Aparecida, 30. Ela relatou que seus olhos, muito vermelhos, estavam ardendo e não paravam de lacrimejar, mas que não foi considerada para atendimento na seleção. Ela explicou que entende o lado dos médicos, mas que acha uma ”falta de humanidade da prefeitura”.
O montador de móveis Uiliam Ferreira, 28, também esperava na recepção enquanto o filho de quatro anos de idade, com infecção no ouvido, era avaliado para ser atendido. Ele contou que só foi à unidade do Planalto por conta das reformas do CPA I, que é mais próxima de sua casa. Uiliam disse que na noite anterior o filho não pôde ser atendido porque não havia nenhum médico na unidade. Ele, então, retornou ontem à tarde, para passar pelo processo de avaliação, e com sorte, ser atendido.
A reportagem do Diário foi até a coordenação da clínica do Planalto para esclarecer a situação da greve e dos atendimentos restritos. Ao chegar à sala de espera, um dos médicos da unidade, claramente nervoso e agitado, entrou no recinto falando que iria embora, porque “desse jeito não têm condições”.
Sem querer se identificar, nem sentar pra conversar com a reportagem, o profissional disse entre idas e vindas que não acha justa a situação em que se encontra. “Eu gasto com combustível do meu carro para chegar aqui e ainda por cima não recebo. Agora eu tenho que pagar pra trabalhar?”,questionou. Ele também informou que seu salário atual é de R$ 1,9 mil e que a bonificação está dois meses atrasada. “Eu passei seis anos estudando Medicina. Se eu montar uma barraquinha de sanduíche, eu consigo mais que isso”, disse.
A coordenadora da unidade do planalto, Mônica Lando, explicou que, apesar de estar recebendo a demanda do CPA I, também recebeu o efetivo da unidade. Segundo ela, os atendimentos que estão sendo feitos acabam ultrapassando os 30% previstos pela greve, pois qualquer paciente que seja classificado como “amarelo” (urgência) ou “vermelho” (emergência) é atendido.
A reportagem tentou falar com o secretário municipal de Saúde, Lamartine Godoy, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta. A equipe também entrou em contato com a presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso, Elza Queiroz, mas ela estava em uma reunião com a prefeitura e não podia atender.
Os médicos reivindicam o pagamento da bonificação por produtividades, conhecida como “mensalinho”, e melhoria nas unidades de saúde, principalmente no Hospital e Pronto-socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC).
“Eu estou sentindo fortes dores na coluna desde ontem e hoje comecei a ter febre, mas disseram que não vão me atender porque meu caso não é grave”, disse a dona de casa Kelly da Silva, 25, grávida de quatro meses. De acordo com ela, a policlínica mais perto de sua casa é a do CPA I, que está fechada para reformas desde abril, quando teve as portas fechadas. Ela e o marido tiveram que se deslocar até a unidade do Planalto. “Mas não adiantou nada, quando a gente precisa, não tem atendimento”, disse Kelly, enquanto o marido, desesperado, fazia ameaças às paredes do estabelecimento, repetindo sempre “Ah, se alguma coisa acontecer com meu bebê...”.
Outra paciente que foi mandada para casa é a professora Luana Aparecida, 30. Ela relatou que seus olhos, muito vermelhos, estavam ardendo e não paravam de lacrimejar, mas que não foi considerada para atendimento na seleção. Ela explicou que entende o lado dos médicos, mas que acha uma ”falta de humanidade da prefeitura”.
O montador de móveis Uiliam Ferreira, 28, também esperava na recepção enquanto o filho de quatro anos de idade, com infecção no ouvido, era avaliado para ser atendido. Ele contou que só foi à unidade do Planalto por conta das reformas do CPA I, que é mais próxima de sua casa. Uiliam disse que na noite anterior o filho não pôde ser atendido porque não havia nenhum médico na unidade. Ele, então, retornou ontem à tarde, para passar pelo processo de avaliação, e com sorte, ser atendido.
A reportagem do Diário foi até a coordenação da clínica do Planalto para esclarecer a situação da greve e dos atendimentos restritos. Ao chegar à sala de espera, um dos médicos da unidade, claramente nervoso e agitado, entrou no recinto falando que iria embora, porque “desse jeito não têm condições”.
Sem querer se identificar, nem sentar pra conversar com a reportagem, o profissional disse entre idas e vindas que não acha justa a situação em que se encontra. “Eu gasto com combustível do meu carro para chegar aqui e ainda por cima não recebo. Agora eu tenho que pagar pra trabalhar?”,questionou. Ele também informou que seu salário atual é de R$ 1,9 mil e que a bonificação está dois meses atrasada. “Eu passei seis anos estudando Medicina. Se eu montar uma barraquinha de sanduíche, eu consigo mais que isso”, disse.
A coordenadora da unidade do planalto, Mônica Lando, explicou que, apesar de estar recebendo a demanda do CPA I, também recebeu o efetivo da unidade. Segundo ela, os atendimentos que estão sendo feitos acabam ultrapassando os 30% previstos pela greve, pois qualquer paciente que seja classificado como “amarelo” (urgência) ou “vermelho” (emergência) é atendido.
A reportagem tentou falar com o secretário municipal de Saúde, Lamartine Godoy, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta. A equipe também entrou em contato com a presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso, Elza Queiroz, mas ela estava em uma reunião com a prefeitura e não podia atender.
Os médicos reivindicam o pagamento da bonificação por produtividades, conhecida como “mensalinho”, e melhoria nas unidades de saúde, principalmente no Hospital e Pronto-socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC).
Fonte:
DO DC
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/44309/visualizar/
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