"MT nunca esteve em uma situação tranquila; momento é crítico" Infectologista alerta para nova crescente em número de casos de Covid e critica relaxamento
A médica infectologista Márcia Hueb afirmou, nesta segunda-feira (7), que apesar do número de mortes por Covid-19 estar relativamente menor no Estado em relação a alguns meses atrás, a situação não deve ser vista como motivo para relaxamento das medidas de biossegurança.
Em entrevista à Rádio Conti, Hueb alertou que Mato Grosso nunca esteve em uma "posição confortável" desde o início da pandemia, já que sempre registrou alto número de casos.
“A gente só pode considerar uma situação de estabilidade quando se tem o número de casos caindo. O número de mortes é uma fase posterior a dos casos. Então, se eu tiver casos aumentando, terei o número de mortes aumentando também. É uma questão de tempo”, afirmou.
Jamais deveríamos ter como balizamento para as medidas de relaxamento ou outros cuidados o número de leitos ocupados ou de mortes
“Jamais deveríamos ter como balizamento para as medidas de relaxamento ou outros cuidados o número de leitos ocupados ou de mortes, porque os dois itens são consequências do primeiro, que é o número de casos aumentando”, acrescentou.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), Mato Grosso registrou, no final de semana, 50 mortes e 1.368 novos casos de Covid-19.
Na avaliação da médica, o momento deve der visto por todos como de “extrema preocupação”.
“O momento é crítico, extremamente preocupante, porque mesmo que não estivéssemos aumentando, é importante saber que estamos sempre em um patamar muito elevado de casos novos, tanto Brasil quanto Mato Grosso”, disse.
Proporção alta
Segundo a médica infectologista, Mato Grosso tem uma “situação peculiar e ruim” que é o fato de se manter sempre com uma proporção de muito alta.
“Continuamos sendo o terceiro estado brasileiro em proporção de óbitos por Covid. Isso significa que quando a gente vê o número de óbitos dentro da população do Estado, temos o terceiro maior número de óbitos dentro do Brasil, dentre todos”, afirmou.
“Então, nunca estivemos em uma situação de tranquilidade, muito menos estamos agora que os casos vêm crescendo”, completou.
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