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Domingo - 20 de Junho de 2021 às 09:54

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Quase 10 anos depois de o filho permanecer "limpo", sem consumir nenhum tipo de droga ilícita, a doceira Adelina, 57 anos, ainda se culpa pelo envolvimento e dependência dele.

Ela conta que o filho, André, 29, começou a consumir maconha aos 13 anos. Alguns anos depois passou para outras drogas, cocaína, por exemplo, além de bebidas alcóolicas. Só então Adelina descobriu.

"Quando percebi, já era tarde. Havia se passado pelo menos sete anos e o meu menino estava dependente.

O filho dela prometia parar, mas não conseguia. E, mesmo assim, não aceitava buscar ajuda profissional. "Foi um sofrimento grande, para nós dois, até a aceitação do tratamento", recorda.

"Felizmente, conseguimos. Ele parou! Não usa mais. Só que a gente sabe que a luta é permanente. Continuamos atentos, conversando, buscando resolver e aceitar as dificuldades cotidianas para que ele não tenha recaídas. Que não busque refúgio nas drogas", completa.

O sentimento de culpa que ainda nutre, Adelina atribui a falta de diálogo com o filho. Ela acha que deveria ter se preocupado mais, mostrado os riscos, danos à saúde e falado das facilidades de oferta de droga.

Ela diz que ela mesma nunca tinha visto maconha ou cocaína. Acreditava que as drogas estavam longe da minha realidade", diz.

Adelina preferiu omitir a dependência do filho, mesmo sabendo que alguns parentes e amigos insinuavam conhecimento.

"Não foi por vergonha. Foi mais por preocupação e cuidado. Acho que por medo de que ele fosse discriminado ou hostilizado", revela.

PREVENÇÃO E REPRESSÃO

Esta semana, como parte das atividades do Dia Internacional Contra o Abuso e Tráfico de Drogas(26.06), uma série de eventos estão programados em nível estadual.

Um deles é o seminário 'Combate às Drogas na Pandemia', um evento virtual com transmissão ao vivo por dois canais: Proerd MT TV(youtube) e ProerdMT, no facebook.

Esse seminário, que acontecerá no dia 25(sexta-feira), com início às 15hs, terá como palestrantes, entre outros, a psicóloga Priscila Batistuta, do Centro Integrado de Assistência Psicossocial Adauto Botelho, e o promotor Marcelo Malvezi, da 2ª Vara Criminal de Várzea Grande.

Também serão palestrantes: delegada de Polícia Juliana Palhares, subchefe de Estado Maior da Polícia Militar coronel Carlos Eduardo Pinheiro da Silva e coordenador do Proerd no Estado tenente-coronel Darwin Salgado.

Esse seminário faz parte da XIX Semana Estadual de Combate às Drogas.

DADOS

Pesquisa divulgada em 2019 pela Fiocruz(Fundação Oswaldo Cruz), com 17 mil pessoas com idades entre 12 e 65 anos, em todo o Brasil, revelou que 3,2% dos brasileiros haviam usado substâncias ilícitas nos 12 meses anteriores à pesquisa.

Esse dado equivalia em 2015, ano da pesquisa, a 4,9 milhões de pessoas. Apontou ainda que o maior percentual era entre os homens: 5% (entre as mulheres fica em 1,5%).

Também revelou que os jovens entre 18 e 24 anos foram os que mais consumiram. 7,4% deles haviam consumido drogas ilegais no ano anterior à entrevista.

A pesquisa mostrou que a substância ilícita mais consumida no Brasil é a maconha: 7,7% dos brasileiros de 12 a 65 anos já a usaram ao menos uma vez na vida. Em segundo lugar, fica a cocaína em pó: 3,1%.





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