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Segunda - 21 de Junho de 2021 às 14:03
Por: Diego Frederici/Folha Max

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O ex-senador por Mato Grosso, Cidinho Santos (PSL), reclamou que os mandados de busca e apreensão sofridos em sua empresa (o frigorífico União Avícola) “quase” o fizeram perder sua habilitação para exportação de proteína animal à China. A organização do ex-parlamentar, localizada em Nova Marilândia (252 KM da Capital) foi alvo da quarta fase da operação “Carne Fraca”, em 2019, e que apura um suposto esquema de pagamentos de propina a fiscais agropecuários para beneficiar frigoríficos no Brasil.

Em entrevista a uma emissora de rádio na última semana, Cidinho Santos explicou que sua empresa foi alvo de busca e apreensão em razão de uma nota fiscal, no valor de R$ 12 mil, que seria uma suposta “propina” a um destes auditores agropecuários. O ex-senador relata que a nota refere-se ao pagamento por um serviço prestado a um fiscal da prefeitura de Nova Mutum (250 KM de Cuiabá), que possui uma empresa de transportes.

Segundo Cidinho Santos, esse fiscal também atuava com o transporte de amostras enviadas por frigoríficos para análises em laboratório no município de Lucas do Rio Verde (354 KM de Cuiabá). “E esse fiscal da prefeitura de Nova Mutum. Ele tem uma empresa que transportava amostra de laboratório. Então a gente leva diariamente as nossas amostras e o rapaz leva para o laboratório de Lucas do Rio Verde. E estavam investigando esse fiscal da prefeitura de Nova Mutum, que tinha um convênio com o frigorífico da BRF de Nova Mutum, e viram essa nota de R$ 12 mi, da nossa contabilidade”, explicou o ex-senador.

Na sequência, o ex-parlamentar criticou a atuação da Polícia Federal e da Justiça Federal no caso, dizendo que, em 2019, a União Avícola estava há quatro anos tentando obter a habilitação de exportação de produtos para a China. Cidinho Santos revela que foi pessoalmente explicar o caso ao Poder Judiciário, e à própria PF do Estado do Paraná, que autorizou a deflagração da operação “Carne Fraca”.

“Eu fui pessoalmente no juiz de Ponta Grossa, que determinou a operação, e reclamei a ele. Fui à Polícia Federal de Curitiba. Com todo o respeito que eu tenho ao trabalho da PF, do MPF e da Justiça Federal, mas mostrei o transtorno que causou. Quase perdemos uma habilitação para exportação da China que estávamos atrás há quatro anos. Se [a PF] tivesse nos pedido, perguntado, o porque o fulano teria recebido R$ 12 mil”, criticou Cidinho Santos.

A despeito do mote de “combate a corrupção” nos frigoríficos do Brasil, a operação “Carne Fraca” representou um duro golpe no setor de abate de animais para consumo no país. As perdas e fechamentos de empresas somaram R$ 5,4 bilhões até o ano de 2017, quando a primeira fase da operação foi deflagrada, segundo a consultoria Economatica.





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