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Sábado - 03 de Julho de 2021 às 07:37
Por: Fabiana Mendes/Olhar Direto

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O jornalista e ex-candidato ao governo do Estado, José Marcondes, conhecido como Muvuca, 46 anos, gravou alguns áudios antes de cometer o atentado contra a ex-namorada Nádia Mendes Vilela, 33 anos, em que afirmou estar dopado de remédios. Na conversa que teria tido com um amigo, ele diz também ser atirador esportivo. Em dado momento ele diz: “Aqui não é mundo pra mim”.


Muvuca usou uma pistola italiana Bereta calibre 7,65 para tentar matar a ex-namorada, em uma farmácia na cidade de Tangará da Serra (244 km de Cuiabá). Depois de atirar na empresária, ele efetuou um disparo na própria cabeça. A suspeita é de que ele tenha premeditado o crime.

"Estou só muito dopado, muito remédio que estou tomando, mas clinica não, só me botaram em um lugar aí, mas não posso, né? Tenho que tentar resolver meus problemas, mas muita ‘remediada’, estou até grogue", diz. Ouça abaixo:

Fabiana Mendes · MUVUCA 01


"Tenho que viajar, tenho que sair daqui. Aqui não é mundo para mim não. Vou para algum lugar", descreve outro áudio.



Fabiana Mendes · MUVUCA 02

"Eu era atirador. Eu sempre atirei, aí eu parei de atirar quando veio esse negócio do Pedro Taques e tive que parar de atirar, mas eu sou esportista. Na pistola eu sou fera, fera mesmo. Em Mato Grosso é difícil ganhar de mim. Estou tentando reviver meu passado aqui, mas não tem nada a ver não, eu sempre tive arma".


Fabiana Mendes · MUVUCA 03


A referência feita ao ex-governador se explica porque Muvuca enfrentou problemas judiciais, inclusive sendo imposta uma distância mínimia que o jornalista poderia manter diante de Taques, para resguardar a integridade física do político.

Antes de tentar matar a ex-namorada, Muvuca também gravou um vídeo. Nas imagens, ele chama a arma de “belezinha” e mostra o sistema de travamento da pistola. Empolgado, ele explica como usar a arma no vídeo, que teria sido supostamente enviado para um amigo.

A delegada Liliane Diogo, que investiga o caso, afirmou ao Olhar Direto que a arma não possui registro no Brasil e também não estava em nome do jornalista. "Tomamos conhecimento que há um vídeo circulando em redes sociais em que ele manuseia uma arma de fogo. Eu venho a esclarecer que empreendemos diligências e verificamos que ele [Muvuca] não possuía registro nem porte de arma. Essa arma utilizada no crime possui número de série, mas o número se refere a um revólver no Brasil. Provavelmente essa arma foi importada e não há registro dela aqui no nosso país", acrescentou a delegada.


Para ela, presume-se que a tentativa de feminicídio tenha sido premeditada. "Em relação a premeditação, que começa a cogitar-se essa hipótese, a gente pode falar que presume-se que ele premeditou o crime porque ele já procurou a vítima em seu local de trabalho com uma arma de fogo, ele insistiu para ficar sozinho e nesse momento que ele aproveitou para praticar o crime", acrescentou. "Em relação ao vídeo, precisamos saber o ano que foi feito. Porque se realmente foi feito pouco antes do crime, é mais um indício de premeditação", finaliza.



Muvuca morreu na noite de segunda-feira (28), depois de ir até a farmácia que Nádia é dona para tentar reatar o relacionamento. Ele atirou ao menos quatro vezes na ex-namorada e depois na própria cabeça. O jornalista perdeu massa encefálica e morreu após cirurgia no Hospital das Clínicas. O corpo foi translado para Cuiabá e o velório aconteceu na manhã desta quarta-feira (30).



Por conta dos tiros, Nádia teve perfurações no tórax, na região cervical e na mão esquerda. Ao dar entrada na unidade, a empresária foi levada para cirurgia e contenção de sangramento, além da colocação de drenos torácicos. A farmacêutica também teve que ser submetida a uma cirurgia de fixação de fratura na mão esquerda pela equipe de ortopedia.



Conforme informações do último boletim médico desta quinta-feira (1), Nádia segue melhorando e fica um período do dia sentada em poltrona. A previsão é de retirada de dreno torácico a direita, mas ela segue com dreno esquerdo.



A empresária apresenta respiração tranquila em ar ambiente, pressão arterial controlada, afebril e comendo por via oral. Apesar da melhora, segue sem previsão de alta e sob cuidados intensivos.





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