Deputada evita se pronunciar sobre suspeita de agressão de vice contra esposa
Única mulher na Assembleia Legislativa, a deputada Janaina Riva preferiu (MDB) não se manifestar sobre o episódio de violência doméstica envolvendo o vice-governador Otaviano Pivetta (sem partido) e sua esposa Viviane Cristina Kawamoto Pivetta. Ele nega as acusações. Sempre militante na defesa das mulheres, de gênero e no combate à violência contra a mulher, Riva disse ao Gazeta Digital que "por enquanto" não irá se pronunciar.
A declaração ocorre um dia após ter participado de uma live, onde abordou o tema da violência contra a mulher. "Mato Grosso é o Estado que mais se mata mulheres, mais se agride mulheres, onde mais se mata pessoas LGBTQI+, onde mais se existe um ambiente de violência contra as minorias", disse em sua fala.
A postura de Janaina é diferente do que fez no início deste ano, quando pediu o afastamento do então presidente do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), Marcos Catão Dornelas Vilaça, acusado de assédio sexual contra uma ex-funcionária do órgão.
“Sempre que acontece uma situação como essa, ou similar, existe uma cobrança de toda população para que eu, enquanto mulher, única deputada estadual me manifeste. Soube há pouco tempo dessa triste manchete. Já entrei em contato com o secretário da Casa Civil, Mauro Carvalho, que prontamente me atendeu e ouviu minha sugestão: afaste”, disse em janeiro.
O silêncio da parlamentar pode ser interpretado como cautela e como estratégia política, já que Janaina é a principal articuladora que Otaviano Pivetta se file ao MDB.
Quem também ainda não se manifestou foi a primeira-dama Virgínia Mendes. Procurada, sua assessoria não informou ainda se ela comentará o assunto. Virgínia foi uma das que também defendeu o afastamento do ex-presidente do Indea quando o caso veio à tona.
A reportagem entrou em contato com a presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher, Glaucia Amaral, que afirmou ter sido "pega de surpresa" com a notícia, mas cobrou uma apuração "absolutamente rigorosa" sobre o caso. O portal se coloca à disposição para as autoridades para os devidos posicionamentos.
Caso Pivetta
Vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta, foi acusado de ter agredido a esposa, Viviane Cristina Kawamoto Pivetta, no dia 7 de julho, em Itapema, Santa Catarina. Ela acionou a Polícia Militar, que encaminhou o casal para a delegacia. Consta no protocolo policial nº 6802019 que Viviane apresentava vermelhidão no rosto, braços e pernas.
De acordo com as informações apuradas pela reportagem do e confirmadas pela Polícia Militar de Santa Catarina, a viatura foi acionada por Viviane via 190, que relatou ter sido agredida pelo vice-governador dentro do apartamento em que eles estavam, próximo à Praia de Itapema.
Segundo ela, Pivetta lhe agrediu e ainda bateu com sua cabeça no sofá algumas vezes. Viviane mostrou aos policiais marcas vermelhas no rosto, pernas e no braço, que teriam sido ocasionadas nas agressões. Questionado sobre o fato, o vice-governador afirmou aos policiais que a esposa mordeu sua mão, mas que em nenhum momento a agrediu. Assim que foram informados que seriam levados para a delegacia, Viviane deu outra versão aos militares.
Segundo a PM, ela começou a relatar fatos diferentes, dizendo que apenas discutiram e que não queria mais registrar o boletim de ocorrência. Mas, como Viviane já tinha dito que foi agredida e estava com vermelhidão pelo corpo, a orientação era dar continuidade na ocorrência.
Sendo assim, com base nas orientações da Segurança Pública de Santa Catarina, o casal foi levado para a Delegacia de Polícia, onde o caso foi registrado.
Outro lado
Em nota enviada pela sua assessoria, o vice-governador confirmou o desentendimento com a esposa, mas informa que a o boletim de ocorrência 'não condiz' com o que realmente aconteceu. Veja abaixo:
"O vice-governador Otaviano Pivetta e sua esposa Viviane Kawamoto Pivetta informam que o desentendimento em Itapema, Santa Catarina, no dia 7 de julho se tratou de uma discussão de casal e o boletim de ocorrência registrado não condiz com o que realmente ocorreu.
Otaviano e Viviane tem o mesmo defensor, que já está atuando para arquivar o caso. Por ser uma questão pessoal, o casal informa que o caso diz respeito apenas ao âmbito familiar."
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