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Sábado - 04 de Agosto de 2012 às 10:11

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O sul-africano Oscar Pistorius tornou-se neste sábado o primeiro atleta amputado nas duas pernas a competir em Jogos Olímpicos, ao disputar a primeira série dos 400 metros rasos no Estádio Olímpico de Londres-2012. Pistorius, de 25 anos, ficou na segunda posição de sua bateria, com um tempo de 45 segundos e 44 centésimos, e se classificou para as semifinais de domingo, incentivado por sua avó de 89 anos, que carregava a bandeira de seu país na arquibancada. O sul-africano, que corre com próteses de fibra de carbono, chegou a Londres com a esperança de melhorar sua marca pessoal (45.07) e inclusive baixar dos 45 segundos. Junto à prova individual, correrá também os revezamentos 4x400 metros com a equipe sul-africana. Antes de sua estreia olímpica, o atleta apelidado de "Blade Runner" por suas pernas artificiais em forma de lâmina participou dos Jogos Paralímpicos de Atenas-2004 e Pequim-2008. "É uma experiência incrível estar aqui. É um sonho que se tornou realidade", disse o atleta após a corrida. "Trabalhei durante seis anos para correr os 400 metros". Pistorius homenageou sua mãe, falecida há 10 anos, que lhe incutiu o espírito de luta que ele levou até Londres. "Pensei muito nela hoje", disse. "Era uma pessoa um pouco dura. Não aceitava um ""não"" como resposta. Sempre dizia que o perdedor não é a pessoa que se envolve e chega em último, mas a que não se envolve de início", explicou. Pistorius tinha apenas 11 meses quando os médicos anunciaram aos seus pais que seria preciso amputar suas duas pernas devido a uma malformação congênita, e desde então utiliza próteses. Para chegar aos Jogos Olímpicos, precisou lutar muito, tanto dentro como fora das pistas. A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) se opôs até 2008 a sua participação, mas o atleta recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), que acabou por decidir a seu favor. No ano passado em Daegu (Coreia do Sul) Pistorius se converteu no primeiro atleta deficiente e campeão paralímpico a participar de campeonatos mundiais de atletismo. Ganhou a medalha de prata nos revezamentos 4x400 metros, embora só tenha participado das séries, e não da final. A principal condição para que possa competir é que o faça com as mesmas próteses que sempre utilizou desde 1996 em competições paralímpicas. Antes do mundial, a IAAF também estabeleceu que o atleta deveria sair na primeira posição na corrida de revezamentos para evitar qualquer risco de lesão em seus rivais. Nos 4.400, o primeiro integrante do revezamento é o único que corre toda a volta em sua própria raia. Alguns, no entanto, continuam convencidos de que suas lâminas de carbono significam uma desvantagem na largada, mas uma vantagem na dura segunda metade da volta de pista. Mas o próprio atleta afirma que as próteses fabricadas especialmente pela empresa islandesa Ossur para atletas amputados não significam uma potência adicionada nem absorvem a potência negativa, mas são "molas elásticas passivas". Para seu técnico, Jannie Brooks, Pistorius deve inclusive se esforçar mais. "A margem de melhora em suas pernas é muito menor, de fato são seus músculos que fazem o trabalho", explicou o treinador, que considera que o sul-africano precisa fazer um esforço superior ao de outros atletas para conseguir o mesmo resultado. Depois dos Jogos Olímpicos, Pistorius também participará dos Jogos Paralímpicos que serão realizados nesta mesma capital de 29 de agosto a 9 de setembro para defender seus títulos em 100, 200 e 400 metros.




Fonte: AFP

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