Os rebeldes atacaram neste sábado (4) o edifício da televisão estatal síria em Aleppo, enquanto na periferia de Damasco, a capital do país em crise política, ocorreram violentos combates entre o exército regular e os dissidentes armados, indicou uma ONG e a agência oficial.
Em Aleppo, os rebeldes lançaram na madrugada deste sábado um ataque contra o edifício da televisão e colocaram explosivos ao seu redor, antes de se retirarem pelos bombardeios da aviação, informou a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Os combates prosseguiam neste sábado em Saladehin e Seif al-Dawla, dois bairros do oeste de Aleppo em mãos dos rebeldes, que dizem ter sob controle a metade da cidade.
A agência oficial Sana confirmou o ataque da televisão e assegurou que "os terroristas atacaram civis e o edifício, mas os soldados o defenderam".
Em Tadamun, um bairro do sul de Damasco onde muitos rebeldes estão entrincheirados, o exército realizou "um bombardeio de uma intensidade jamais alcançada até agora", disse o OSDH. Também ocorreram combates em Khobar (leste), segundo a mesma fonte.
Fumaça sobre o bairro Salah al-Din, no centro de Aleppo, durante confrontos entre rebeldes do Exército Livre Sírio e tropas do regime neste sábado (4) (Foto: Goran Tomasevic/Reuters)
A agência Sana confirmou os ataques em Tadamun e explicou que o exército "perseguiu, matou e deteve" um grande número de "terroristas".
Por outro lado, 13 pessoas morreram no sábado, uma em Latakia (noroeste), seis em Deir Ezzor (leste) e seis na província de Damasco, segundo o OSDH.
Na véspera, mais de uma centena de pessoas morreram nos confrontos vividos pelo país desde março de 2011, quando teve início uma revolta popular que depois se militarizou contra o regime de Bashar al-Assad, e que deixou até agora mais de 20 mil mortos, em sua maioria civis, segundo a oposição.
Também na sexta-feira, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução condenando o regime sírio e apelando por uma transição política no país, para encerrar a violência.
O texto, proposto pela Arábia Saudita com apoio das potências ocidentais e dos países árabes, também critica o Conselho de Segurança da própria ONU pela falta de ação na crise síria.
China e Rússia, aliadas de Damasco e com poder de veto no Conselho, barraram por três vezes resoluções que tinham o objetivo de pressionar o regime sírio.
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