Governo demite dois servidores envolvidos na Operação Rêmora Wander Luiz dos Reis e Fábio Frigeri foram punidos em processo administrativo disciplinar
O governador Mauro Mendes (DEM) demitiu o servidor concursado da Secretaria de Educação (Seduc), Wander Luiz dos Reis, réu em uma ação penal proveniente da Operação Rêmora.
A demissão foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (03).
A publicação ainda traz a absolvição do servidor comissionado Moisés Dias da Silva e a destituição de cargo de comissão do servidor comissionado e já exonerado Fábio Frigeri. Na prática, Frigeri fica impedido de retornar ao serviço público.
Os três servidores responderam a processo administrativo disciplinar (PAD) aberto em 2016 para apurar o envolvimento dos servidores na Operação Rêmora.
Eles responderam por obtenção de vantagem indevida, tráfico de influência, fornecimento de informações privilegiadas e fraudes à licitação.
Os três chegaram a ser presos em 2016, na primeira fase da operação, mas foram solto posteriormente.
Desencadeada pelo Gaeco, a Operação Rêmora investigou o esquema de direcionamento de obras da Educação e o pagamento de propina a integrantes do Governo Pedro Taques, através do empresário Giovanni Guizardi, que era responsável por recolher o dinheiro.
O PAD foi conduzido por uma comissão processante formada por servidores da Controladoria Geral do Estado e da Secretaria de Educação do Estado (Seduc). A decisão do governador atendeu a um parece da Procuradoria Geral do Estado (PGE).
No âmbito da Justiça de Mato Grosso, os processos ainda estão em andamento e não há sentença.
A Operação Rêmora
A denúncia derivada da 1ª fase da Operação Rêmora aponta crimes de constituição de organização criminosa, formação de cartel, corrupção passiva e fraude em licitação.
Na 1ª fase, em maio de 2016, foram presos o empresário Giovani Guizardi; os ex-servidores públicos Fábio Frigeri e Wander Luiz; e o servidor afastado Moisés Dias da Silva. Todos foram soltos posteriormente.
O juiz Bruno D’Oliveira Marques, substituto da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, recebeu a denúncia.
Nesta fase, são réus na ação penal: Giovani Belato Guizardi, Luiz Fernando da Costa Rondon, Leonardo Guimarães Rodrigues, Moisés Feltrin, Joel de Barros Fagundes Filho, Esper Haddad Neto, José Eduardo Nascimento da Silva, Luiz Carlos Ioris, Celso Cunha Ferraz, Clarice Maria da Rocha, Eder Alberto Francisco Meciano, Dilermano Sergio Chaves, Flávio Geraldo de Azevedo, Júlio Hirochi Yamamoto Filho, Sylvio Piva, Mário Lourenço Salem, Leonardo Botelho Leite, Benedito Sérgio Assunção Santos, Alexandre da Costa Rondon, Wander Luiz dos Reis, Fábio Frigeri e Moisés Dias da Silva.
Na segunda fase da operação, foi preso o ex-secretário da Pasta, Permínio Pinto. Ele foi, posteriormente, denunciado com o ex-servidor Juliano Haddad.
Em dezembro de 2016, foi deflagrada a terceira fase da operação, denominada “Grão Vizir”, que prendeu preventivamente o empresário Alan Malouf, dono do Buffet Leila Malouf.
A detenção do empresário foi decorrente da delação premiada firmada entre o empresário Giovani Guizardi e o MPE, na qual Guizardi afirmou que Malouf teria doado R$ 10 milhões para a campanha de Pedro Taques ao Governo e tentado recuperar os valores por meio do esquema.
A terceira fase, denominada "Grão Vizir", resultou na segunda denúncia, que teve como alvos o próprio Alan Malouf, considerado um dos líderes do esquema, e o engenheiro Edézio Ferreira
Nesta ação, Alan Malouf foi condenado a 11 anos, um mês e dez dias de reclusão, enquanto Edézio Ferreira recebeu punição de três anos e seis meses de reclusão.
Na terceira denúncia, o MPE apontou sete supostos fatos criminosos praticados pelo grupo envolvendo cobranças de propinas relativas a contratos firmados pela Seduc com as empresas Relumat Construções Ltda. e Aroeira Construções Ltda., das quais Ricardo Augusto Sguarezi é proprietário, e da Dínamo Construtora, de Guizardi.
Os valores cobrados mediante propina variavam de R$ 15 a R$ 50 mil. A quarta denúncia teve como alvo o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), acusado de liderar o esquema junto com seu primo Alan Malouf.
Comentários