Governador pede voto impresso e usa argumento defendido por Bolsonaro
Ogovernador Mauro Mendes (DEM) decidiu ir às redes sociais para declarar ser favorável ao voto impresso. Já o terceiro membro da cúpula do DEM a apoiar a proposta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), antes dele o senador Jayme Campos e o ex-governador Júlio Campos também se disseram favoráveis.
Sob a articulação de Jayme, Mauro tem buscado se aproximar de Bolsonaro com quem esteve reunido na última semana. Apesar da movimentação intensa, o governador evita cravar que será candidato à reeleição em 2022.
Rodinei Crescêncio
“Sou favorável à urna eletrônica com voto impresso auditável. Por quê? A implantação da impressão é possível, não altera o sistema de votação, e cria uma forma de controle e auditagem”, disse Mauro em post no Instagram nesta quinta (5).
A proposta é polêmica e tem dividido opiniões uma vez que, ao defender a impressão dos votos junto à urna eletrônica, autoridades como o próprio presidente colocam em suspeição a lisura do processo eleitoral. Isso porque as urnas eletrônicas já possuem correições frequentes e são auditáveis. Os custos da implantação podem passar de R$ 2,5 bilhões.
Na mesma linha de apoiadores de Bolsonaro, Mauro apelou para o discurso da “transparência" ao considerar que “a democracia e a população não precisam conviver com esta dúvida. Temos que superar este assunto e focar as energias do país para gerar emprego, melhorar a saúde, a segurança e tantos outros assuntos relevantes para o Brasil e os brasileiros”.
Desde que foi eleito em 2018, no segundo turno, o presidente tem afirmado ter provas de que teria vencido as eleições ainda no primeiro turno e que os resultados teriam sido fraudados. Na última semana chegou a anunciar que apresentaria as provas durante uma live, que foi transmitida por canais oficiais do governo Federal. Mas na transmissão admitiu não possuir as provas e reforçou as falas que colocam em suspeição o sistema.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu abrir duas medidas contra Bolsonaro, em resposta à escalada do presidente contra o sistema eletrônico de votação.
Sob ameaças
A pressão para que o Congresso aprove o voto impresso também chegou no Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Gilmar Mendes levou à Procuradoria-Geral da República (PGR) quatro ações que pedem investigação sobre o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, por suspeita de ameaçar a realização das eleições de 2022.
O ministro teria enviado um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), avisando que poderia não ocorrer eleição em 2022 se não houvesse voto impresso e auditável.
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