Aglomerações proliferam em meio ao temor da variante Delta Em Cuiabá, a equipe da Vigilância Epidemiológica monitora 19 contatos de uma paciente identificada com a cepa Originária da Índia
Com a redução dos casos de Covid-19, especialmente, do número de pacientes graves com a doença que necessitam de uma unidade de terapia intensiva (UTI) e o consequente afrouxamento das medidas de restritivas de circulação das pessoas, os registros de aglomerações têm sido cada vez mais frequentes em ambientes abertos ou fechados existentes em Mato Grosso. Situação que acende alerta diante da variante Delta (B.1.671.2) do coronavírus.
Em Cuiabá, a equipe da Vigilância Epidemiológica monitora 19 contatos de uma paciente de 15 anos identificada com a cepa originária da Índia, que é considerada mais transmissível e contagiosa ainda que em ambientes abertos e ventilados. Por isso, especialistas alertam que a pandemia não acabou e que mesmo com a vacinação contra o vírus ainda é necessário manter distanciamento social e o uso de máscaras.
Em nova edição do “Boletim Observatório” publicada dia 5 deste mês, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reforça que o surgimento e crescimento da presença de novas linhagens do coronavírus de preocupação, como a Delta, acende um alerta. O estudo chama a atenção para o fato de que a pandemia ainda não acabou e novos cenários de transmissão e risco podem surgir.
Também ressalta que o elevado patamar de risco de transmissão do vírus pode ser agravado pela maior transmissibilidade da nova variante e destaca a necessidade de combinar vacinação com o uso de máscaras, incluindo campanhas e busca ativa. “O elevado patamar de risco de transmissão do vírus Sars-CoV-2 pode ser agravado pela maior transmissibilidade da variante Delta, em paralelo ao lento avanço da imunização entre os grupos mais jovens e mais expostos, combinado com maior circulação de pessoas pelo retorno das atividades de trabalho e educação. Nesse sentido, é importante refutar a ideia de que a vacinação protege integralmente as pessoas de serem infectadas e transmitir o vírus, o que pode se tornar um risco adicional com a nova variante de preocupação Delta”, alertam os pesquisadores da Fiocruz.
Na Capital, um exemplo de desrespeito às normas de biossegurança foi verificado na tarde do último domingo (8), quando a Polícia Militar (PM) abordou 500 pessoas durante a operação “Lagoa Trevisan”, no Bairro Real Parque. O objetivo foi combater crimes ambientais como som acima do permitido, identificar consumo de bebida alcoólica entre menores, venda de drogas, além de combater a não observância das normas de biossegurança obrigatórias nesse período de pandemia.
Na ação, foram identificadas diversas irregularidades e feitas apreensões, entre elas, a de nove carros de som, do tipo carretinha, por poluição sonora. De acordo com a PM, uma pessoa foi presa por porte ilegal de arma de fogo, dirigir alcoolizado e também poluição sonora. Ela estava com um revólver calibre 38, com seis munições. Em quatro horas de trabalho ostensivo na região, das 15 horas às 19h, foram abordados 500 cidadãos, 50 veículos revistados, com 30 testes de alcoolemia, sendo oito pessoas autuadas.
Das autuações, três indivíduos foram por dirigirem sem habilitação, três por conduzir veículo sob influência de álcool e dois por estarem com a documentação atrasada. Dois carros e duas motos foram apreendidos. A comandante do 9º BPM, tenente-coronel Jane de Sousa Melo, destacou que o local é ponto de constantes aglomerações e alvo de frequentes denúncias de crimes, contravenções e outras infrações administrativas.
“Os resultados da operação foram positivos e haverá outras edições com objetivo de impedir a continuidade de infrações no local e manter a ordem pública. O estabelecimento foi autuado e teve a suspensão de suas atividades por um período de 10 dias”, informou.
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que em relação ao caso identificado da variante Delta, na Capital, a equipe da Vigilância Epidemiológica monitora 19 contatos da paciente identificada com a variante. Entre os contatos monitorados, seis testaram positivo para Covid-19 e o restante testou negativo.
Conforme a SMS, dos casos positivos, quatro amostras foram enviadas para o Laboratório Central (Lacen) para investigação do sequenciamento genético. E, segundo informações do Lacen repassadas ao órgão municipal, o resultado do sequenciamento genético deverá ser encaminhado pelo Ministério da Saúde (MS) nesta próxima semana.
Até a tarde do último domingo (8), Mato Grosso registrou 498.028 casos confirmados e 12.990 óbitos em decorrência do coronavírus. Do total, 9.262 pessoas estavam em isolamento domiciliar e 474.290 recuperadas. A taxa de ocupação estava em 75,85% para UTIs e em 32% para enfermarias, ambos serviços para adultos.
Dentre os dez municípios com maior número de casos de Covid-19 estão: Cuiabá (101.330), Rondonópolis (35.490), Várzea Grande (33.284), Sinop (23.815), Sorriso (17.317), Tangará da Serra (16.983), Lucas do Rio Verde (14.853), Primavera do Leste (13.398), Cáceres (10.838) e Barra do Garças (10.179).
O Estado também já recebeu do Ministério da Saúde (MS) 2.911.690 doses de vacinas contra a doença. Do total, conforme dados do LocalizaSUS, 2.227.877 aplicadas entre primeira e segunda dose. A população mato-grossense considerada vacinável, ou seja, acima dos 18 anos é de 2.545.126 pessoas. Vale lembrar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autorizou a vacina da Pfizer para adolescentes com 12 anos de idade ou mais.
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