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Economia
Sábado - 04 de Agosto de 2012 às 05:42

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Está marcada para às 9h deste sábado (4), na sede do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), em São José dos Campos, a reunião que deve definir o futuro da General Motors na cidade. A unidade pode demitir 1,5 mil trabalhadores com o fechamento do setor MVA (Montagem de Veículos Automotores).

Além de representantes da empresa e do Sindicato, também estarão presentes o secretário nacional de Relações do Trabalho, Manoel Messias Nascimento Melo, e o secretário estadual de Relações do Trabalho, Carlos Andreu Ortiz.

A discussão para a manutenção das vagas gerou um impasse entre o Sindicato dos Metalúrgicos e a montadora. O último encontro realizado no dia 25 de julho terminou sem acordo. Ficou acertado que a empresa não tomaria nenhuma iniciativa na fábrica até o dia 4 de agosto e que o sindicato traria propostas para a próxima rodada de negociações.

Até o momento, a empresa descartou os pedidos do Sindicato, que são: trazer 100% da produção do Classic para São José dos Campos, nacionalizar a produção do Sonic (que atualmente é fabricado na Coréia do Sul e importado para o Brasil), e voltar a produzir caminhões na unidade joseense.

Na última quinta-feira (2), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) se reuniu com representantes do Sindicato dos Metalúrgicos e se declarou contrário à ameaça de demissões. De acordo com os sindicalistas, o governador paulista afirmou que fará esforços para assegurar a manutenção dos postos de trabalho na planta joseense. Alckmin teria se comprometido a procurar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tratar do assunto.

Mobilizações
Também na quinta-feira (2), os trabalhadores da planta joseense decidiram fazer uma manifestação e bloquearam os dois sentidos da Via Dutra, no trecho próximo à sede da empresa.

O protesto aconteceu após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarar que  "a GM contrata mais do que demite e está cumprindo o compromisso com o governo federal de manter o nível de empregos".

A fala foi feita depois de um encontro com os representantes da empresa no início da semana. Porém, nesta sexta-feira (3), Mantega disse por meio de sua assessoria que não vai "tolerar" demissões em setores com IPI baixo.

Portas fechadas
No último dia 24 de julho, a unidade da GM em São José dos Campos amanheceu fechada e isolada. A montadora alegou que dispensou todos os funcionários temendo possíveis mobilizações dentro da unidade.

Uma semana antes, dia 16, os metalúrgicos da GM aprovaram uma greve de 24 horas para tentar impedir os planos da montadora de encerrar as atividades do setor MVA no município - a segunda mobilização em menos de uma semana. No dia 12, os trabalhadores realizaram uma paralisação de advertência de duas horas e votaram estado de greve.

A situação
O complexo industrial da GM de São José dos Campos abriga 8 fábricas com cerca de 9 mil funcionários, que produzem, separadamente, automóveis, a picape S10 e o utilitário Blazer, além de kits desmontados para exportação, motores e transmissão.

A montadora afirma que apenas o setor de automóveis (MVA) enfrenta o problema com negociações sindicais para a implementação de novos projetos. Ali trabalham cerca de 1.500 pessoas.

No MVA de São José, eram fabricados os modelos Zafira, Meriva, Corsa Hatch, Corsa Sedan e Classic. Hoje, só a última linha funciona: a produção dos 3 primeiros automóveis cessou recentemente. A da Zafira e a da Meriva, neste mês. A do Corsa, na semana passada. Eles deram (ou darão) lugar a outros automóveis no portfólio da Chevrolet, que lançou 9 carros novos desde 2009 e renovou outros 3. Há outros lançamentos previstos para este ano.

Desses, só as novas gerações da picape S10 e da Blazer (esta ainda sem data de estreia), ficarão em São José, mas pertencem a outro setor que não o MVA. Entre os automóveis, nenhum novo modelo tem previsão de ser produzido no setor.






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