Cielo se despede de Londres com bronze: "queria voltar no tempo"
Campeão olímpico dos 50 m livre, recordista mundial nos 50 e 100 m livre, imbatível na prova mais rápida da natação desde a Olimpíada de Pequim 2008. Cesar Cielo chegou a Londres credenciado e absoluto favorito para defender sua medalha de ouro em sua especialidade, além de entrar forte por um pódio nos 100 m livre. Mas o saldo de apenas um terceiro lugar faz o atleta encerrar sua participação nos Jogos de 2012 com um gosto amargo.
"Gostaria de voltar no tempo, não só na prova de hoje (bronze nos 50 m livre), mas na competição inteira. Repensar aqueles 100 m livre, se valeria a pena nadar. Se soubesse que ia ficar em sexto, com certeza não nadaria. Mas apostei que uma medalha ia sair ali e acabei perdendo explosão", lamentou, reafirmando que a participação na prova acabou prejudicando seu desempenho no objetivo principal, o bi olímpico dos 50 m.
"Para a velocidade, a gente precisa descansar, precisa ter dia sem fazer nada, porque fibra rápida demora para recuperar. A gente vai sentindo, hoje (sexta-feira) fui dar uma saída e já caí meio metro para trás do que eu estava caindo, a perna já vai perdendo aquela potência. Então não terminou do jeito que eu imaginei, imaginei o bicampeonato olímpico aqui. Mas de qualquer forma não foi uma decepção completa porque a medalha veio", analisou.
O discurso de valorizar o bronze foi constante nas declarações de Cielo após o inesperado terceiro lugar, em uma prova em que ele venceu o ouro na Olimpíada de 2008 e nos Mundiais de 2009 e 2011. Porém, os olhos marejados e o choro não contido na hora do pódio falaram o contrário. O bronze não era o bastante para um atleta acostumado a dominar completamente o evento mais explosivo da natação.
De forma surpreendente, Cielo deixa a Olimpíada de Londres fora da posição de nadador brasileiro mais bem-sucedido nos Jogos: o posto pertence a Thiago Pereira, dono de uma inédita prata nos 400 m medley.
"Faz parte do esporte, são cinco anos em que eu venho brigando pela prova mais disputada da natação (50 m livre). É como a gente vê no tênis, tem hora que o Federer passa na frente, o Nadal passa, aí vem o Djokovic. Se manter na frente não é fácil, e seria o quinto ano que eu estaria ganhando essa prova. Se o melhor ou o favorito sempre ganhasse, não ia ter graça", declarou.
O maior nadador brasileiro da história deixa sua segunda Olimpíada negando decepção completa com os resultados. Mas as declarações e o choro espontâneo apontam para outro cenário: depois da glória de Pequim, Londres vai ficar na memória de Cielo como um baque. E, como ele mesmo já admite pensar, algo a ser "corrigido" nos Jogos do Rio em 2016.
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