![Foto: Francisco Cepeda / AgNews Foto: Francisco Cepeda / AgNews](http://p2.trrsf.com.br/image/get?src=http%3A%2F%2Fimages.terra.com%2F2012%2F08%2F02%2Fwalterrodrigues.jpg&o=cf&vs=301x464&hs=619x464)
"Me preocupo em fazer um trabalho autoral e estou pouco me importando se é tendência ou não. Mas a gente paga por isso", disse o estilista. (Foto: Francisco Cepeda / AgNews)
Muito se fala sobre tendência: qual é a do próximo verão? A "peça x" é tendência neste inverno. Tal grife mostrou a tendência para a próxima estação. Mas, para o estilista brasileiro Walter Rodrigues, essa visão “fácil” sobre tendência não é o “resultado final” da moda.
Walter é curador do Inspiramais, que teve sua 6ª edição entre os dias 24 e 26 de julho, e falou com o Terra sobre todo o processo de desenvolvimento de um produto, que tem como um dos pilares do estudo a tendência. Nessa hora, a tão usada palavra no mundo fashion entra no jogo. “Entendemos tendência como uma parte da nossa pesquisa. Ela está dentro do parcelamento do nosso olhar”, disse. “Por isso o trabalho do Inspiramais é mais abrangente, com palestras desenvolvidas em 26 polos do Brasil e, depois disso, essa pesquisa entra para mais de 100 empresas com consultores e empresários que vão criar novos produtos”, disse.
Nada “vira moda” da noite para o dia. Assim como outros estudos de qualquer área, é necessário um período de adaptação. “É uma pirâmide, quando chega lá em cima é moda. Temos consumidores que experimentam as coisas e usam o novo, outros que olham para os que estão experimentando, mas não apostam de primeira, sofrem um delay, e tem um grande público que só vai consumir quando a primeira proposta estiver referenciada”, detalhou, acentuando a importância de incentivar um processo criativo para a criação de qualquer coleção.
Depois de passar por todas essas etapas Walter diz que o produto chega ao consumidor. Mesmo assim, existem diferentes maneiras para que que isso aconteça. “O Alexandre Herchcovitch, por exemplo, nunca vai fazer coisas de tendência, ele é autoral. Já a Colcci e a Fórum, por exemplo, fazem tendência. É outro tipo de pesquisa, público e consumidor”, explicou.
Para Walter, o mais importante é decodificar as inspirações e trabalhar isso para o público. “Me preocupo em fazer um trabalho autoral e estou pouco me importando se é tendência ou não. Mas a gente paga por isso.”
O mercado brasileiro e os responsáveis por fazer a moda no país estão crescendo. “Já perdemos o lugar no mundo de ‘copiadores’. Entendemos que é importante que as pessoas façam um trabalho original. Não devemos concorrer com o preço da China, e sim com as ideias”, disse. Mesmo assim, o estilista alertou sobre os cuidados com os produtos originais: “temos que pensar no contexto global. Não estamos fazendo artesanato nem peça folclórica. Estamos fazendo moda”, finalizou destacando uma marca com DNA do Brasil, a Farm
Comentários