Biólogos se preocupam com seca de cachoeira em Chapada
A cachoeira Véu de Noiva, em Chapada dos Guimarães, está praticamente seca devido ao período de estiagem em todo o estado. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), nunca houve registro de tão pouca água na região.
Dependendo do ângulo e do vento, não dá para ver a queda d’água. A cachoeira tem 86 metros e é a maior do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.
No município, já são mais de 100 dias sem chuvas fortes. De acordo com a chefe do parque, Cintia Brazão, os biólogos estão buscando mais informações para entender o que está acontecendo com as cachoeiras.
“A escassez hídrica no município é geral. Recentemente, foi decretado estado de calamidade pública por falta de água em toda a região. Estamos buscando informações técnicas e científicas para entender o que está acontecendo com as cabeceiras dos rios que formam o coxipózinho”, explicou.
Em comparação com o ano passado, de janeiro a agosto, o volume de chuva foi 22% menor. A redução, segundo o doutor em recursos hídricos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Ibraim Fantin, afeta a recuperação de córregos e rios.
“O solo atua como uma esponja que é umedecida no período chuvoso e ela escoa essa água no período de estiagem, o que vai manter os rios e córregos. O problema é que não choveu, o solo e os aquíferos não recarregaram e nós temos um reflexo disso”, contou.
A universidade vai começar a monitorar nascentes da região para saber se além de chuva, falta preservação.
“Quando a gente pensa em bacia hidrográfica, em disponibilidade hídrica, a gente também pensa na vegetação que ocupa essa região. Então a gente também precisa de preocupar com a manutenção dessa vegetação e a reter a água no solo”, disse.
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