Durante acareação, acusados relatam a participação de esposa Eles detalharam pedido de Ana Cláudia Flor para encontrar uma pessoa que executasse o crime
Vídeos gravados na acareação feita pela Polícia Civil com envolvidos no homicídio do empresário Toni da Silva Flor mostram o momento que os acusados relatam a participação da esposa da vítima, Ana Cláudia de Souza Flor, no crime.
As imagens foram divulgadas pela TV Centro América nesta segunda-feira (13). No vídeo o delegado responsável pelo caso, Marcel Oliveira, está reunido com Ana Cláudia, Wellington Honório Albino e Ediane Aparecida da Cruz Silva, estes últimos apontados como intermediadores.
Ediane, que era manicure e amiga pessoal de Ana Cláudia, afirma que a esposa de Toni Flor a procurou para tentar achar algum criminoso que aceitasse cometer o assassinato contra o empresário.
“[Ela] Perguntou se eu conhecia alguém, falei que não”, diz Ediane. Em seguida o delegado insiste para que a manicure seja mais clara: “Conhecia alguém para quê?”.
É neste momento que Ediane cita a participação de Ana Cláudia no homicídio: “Para matar o Toni”. O tempo todo presente na acareação, a esposa do empresário não se pronunciou, mas ao ouvir a declaração da amiga fechou os olhos e balançou a cabeça negativamente.
“Falei que não conhecia, que tinha amizades e aí eu conversei com o Wellington”, continua Ediane.
Em outro momento da acareação, o delegado também questiona Wellington e pede para ele colocar “em palavras” aquilo que a manicure Ediane teria lhe falado antes de apresentá-lo à Ana Cláudia.
“Ela falou que a Ana precisava de alguém, que ela pagava para matar o Toni. Aí ela falou: 'Ai você conversa com ela melhor’ e me passou o contrato [da Ana]”, explicou.
Oliveira ainda questiona Ediane sobre a versão apresentada por Wellington: “É isso ou não é isso?”, e ela confirma: “É isso”.
Veja vídeos da areação:
As prisões
No último dia 3 de setembro o Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu denúncia contra Ana Claudia de Souza Oliveira Flor, por homicídio qualificado praticado contra seu marido.
Além dela, também foram denunciados pelo mesmo crime Igor Espinosa, o suposto atirador, Wellington Honorio Albino, Dieliton Mota da Silva, os comparsas, e Ediane Aparecida Cruz Silva.
Ela falou que a Ana precisava de alguém, que ela pagava para matar o Toni. Ai ela falou ‘ai você conversa com ela melhor’ e me passou o contrato [da Ana].
Além da denúncia, o MPMT requereu que fossem decretadas as prisões preventivas dos cinco envolvidos.
No dia 9 de setembro, a Justiça recebeu a denúncia do MPE e o juiz Flávio Miraglia Fernandes, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, converteu a prisão temporária de Ana Claudia, Igor Espinosa, Wellington Albino e Dieliton Mota em preventiva.
No entanto, o magistrado revogou a prisão temporária de Ediane Aparecida em medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica.
A denúncia do MPE ainda incluiu Sandro Lúcio dos Anjos da Cruz Silva, que responderá por falso testemunho. Ele também responde o processo em liberdade.
Relembre o caso
Testemunhas relataram à Polícia que no dia do crime o atirador estava aguardando do lado de fora da academia antes mesmo de Toni chegar, por volta das 7h40.
Segundo eles, o atirador estava na porta do local, sentado em cima de uma motocicleta, a todo o momento de cabeça abaixada.
Assim que o empresário chegou, o criminoso perguntou pelo nome de Toni e atirou na sequência, antes que a vítima pudesse responder.
Quatro tiros acertaram o empresário, que correu para dentro da academia pedindo por socorro. Enquanto isso, o suspeito fugia.
Toni foi levado consciente para o hospital e precisou passar por cirurgia. No entanto, devido à gravidade dos ferimentos acabou morrendo na unidade de saúde.
O delegado afirmou que, desde o início das investigações, já suspeitava da viúva de Toni.
Com o decorrer das apurações, outras atitudes da esposa chamaram a atenção dos investigadores. Como o fato de Ana Cláudia estar sempre na delegacia, não para saber sobre o caso, mas sempre perguntando por suspeitos.
Após a prisão do atirador Igor, o envolvimento da esposa ficou ainda mais claro para os policiais.
“Ela falou pra sogra e mais uma familiar da vítima que o Igor precisava ser morto e a mãe do Toni falou que não porque agora iria saber quem era o mandante do crime”, relatou.
A prisão de Ana Cláudia ocorreu no dia 19 de agosto.
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