Ofidismo
MT tem a maior incidência de acidentes por cobras peçonhentas do Centro-Oeste Dados do Ministério da Saúde apontam que o Estado notificou seis mortes por ofidismo em 2020

Em 2020, Mato Grosso registrou 1.102 acidentes provocados por serpentes peçonhentas. Esse número representa uma taxa incidência de 31,25 casos por 100 mil habitantes, a maior dentre as unidades da Federação localizadas no Centro-Oeste. Em relação aos óbitos, foram notificadas seis mortes por ofidismo no mesmo período.

Os dados são do Ministério da Saúde (MS) e divulgados na sexta-feira (24). Em todo país, foram 31.422 acidentes provocados por cobras peçonhentas e 121 mortes causadas por esses répteis. A maioria das ocorrências é verificada em áreas rurais, em homens autodeclarados pardos e na faixa etária entre 20 e 64 anos. Já a parte do corpo mais acometida por mordeduras de serpentes em 2020 foram os pés.

Os estados que mais notificaram acidentes por serpentes foram Pará (5.457), Minas Gerais (3.481) e Bahia (2.880). Já dentre os demais que ficam no Centro-Oeste, Goiás contabilizou 1.271 casos, mas com incidência de 17,87 por 100 mil indivíduos. Em Mato Grosso Sul, foram 404 casos e, no Distrito Federal, 111 ocorrências.

No Estado, um dos casos que ganhou repercussão nacional foi o da médica Dieynne Saugo, de 33 anos, que foi picada por uma jararaca quando tomava banho na cachoeira “Serra Azul”, em Nobres (150 km ao Médio-Norte de Cuiabá). O animal despencou com a queda d’água da cachoeira e atingiu a vítima.

A médica foi picada pela cobra nas regiões do rosto, braço e pescoço, foi socorrida e teve comprometimento da respiração devido ao inchaço e precisou passar por transfusão de sangue, passou pelo processo de traqueostomia para desobstruir as vias aéreas, que foram comprometidas em 70%. Após dias internada, ela se recuperou e recebeu alta.

Conforme o MS, os acidentes, muitas vezes, ocorrem quando o homem invade hábitat natural dos animais peçonhentos. Além disso, muitos casos podem ser evitados através de medidas de prevenção, como uso de botas de cano alto ou perneira de couro, botinas e sapatos; e o uso de luvas de aparas de couro nas atividades agrícolas, jardinagem, ao manipular lenhas e palhas. Outras medidas, como evitar acúmulo de lixo ou entulho e mato alto em torno das residências, também devem ser adotadas, já que isso atrai pequenos animais que servem de alimentos.