Saldo em MT ainda não reflete embargo chinês De janeiro a setembro deste ano, Mato Grosso exportou US$ 1,43 bilhão em carne bovina e derivados
O embargo nas compras de carne mato-grossense pela China não impactou as exportações realizadas em setembro. Dados do Ministério da Economia mostram que o Estado comercializou US$ 252,6 milhões com os embarques de carne bovina e derivados no mês, atendendo 50 países. Significa um aumento de 89,5% no faturamento em relação ao mesmo mês de 2020.
Na leitura acumulada dos dados, a análise é similar. De janeiro a setembro deste ano, Mato Grosso exportou US$ 1,43 bilhão em carne bovina e derivados, resultado 17,9% superior ao mesmo período de 2020.
"Muitos contratos de exportação já haviam sido firmados antes da suspensão nas compras pelos chineses e foram cumpridos ao longo do mês. Isso manteve o fluxo positivo nas vendas externas. Entretanto, se o bloqueio se mantiver, os próximos meses poderão registrar queda no volume e, consequentemente, no faturamento", analisa Bruno de Jesus Andrade, Diretor de Operações do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac).
A China costuma responder por mais de 60% das exportações estaduais. Em setembro, o país asiático investiu US$ 153,5 milhões na importação de carne bovina e seus derivados, cifra que resulta num incremento de 190% dos valores negociados em setembro do ano passado.
O embargo à carne mato-grossense foi uma medida de defesa sanitária anunciada pelos chineses após a identificação de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) em Nova Canaã do Norte. Tratava-se de uma vaca de descarte e houve confirmação laboratorial de que o caso resultava de uma anomalia genética e não nutricional.
Além da China, Rússia e Arábia Saudita também optaram pelo embargo.
Oito das 31 indústrias frigoríficas ativas no Estado são habilitadas pelo rigoroso protocolo do governo chinês para exportarem ao país asiático. Mato Grosso tem o maior rebanho bovino do Brasil e é o maior produtor de carne bovina no País, sendo também o segundo maior exportador.
Comentários