Mendes: “Demais países devem fazer aquilo que cobram de nós” Governador de MT, que participa da COP 26 na Escócia, diz que Estado "tem feito a lição de casa"
O governador Mauro Mendes (DEM) defendeu que o Brasil deixe a posição passiva na cobrança ambiental e passe a também exigir dos demais países o cumprimento de metas como redução na emissão de carbono, redução do desmatamento e reflorestamento. A ideia é apontada por ele como “reciprocidade ambiental”.
“Não podemos nós, brasileiros, ficar apenas sendo cobrados. Temos que fazer a nossa parte, reconheço isso, e nós vamos fazer, mas nós queremos também que os outros países façam. Vamos exigir deles aquilo que eles estão exigindo de nós”, disse, em entrevista à CNN Brasil.
Mendes participa da 26ª edição da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU) em Glasgow, na Escócia. Ele apontou que irá defender os ativos de Mato Grosso e “desmitificar algumas mentiras”, além de propor que a ideia de “reciprocidade” seja adotada pelo Brasil.
Temos que fazer a nossa parte, reconheço isso, e nós vamos fazer, mas nós queremos também que os outros países façam
“Assim como na área diplomática - se um país exige visto, o Brasil exige também - temos começar a exigir da França, por exemplo, que fala tanto em meio ambiente, que eles cumpram o tratado, que eles tenham reduções de emissões, que façam o reflorestamento que eles exigem de nós”, completou.
O governador destacou que Mato Grosso tem 62% da área preservada mesmo sendo o maior produtor de alimentos hoje do Brasil, mas reconheceu que o Estado não conseguiu cumprir com todas as metas firmadas no Acordo de Paris, em 2015, quanto à redução da emissão de carbono.
“Talvez não tenhamos atingido tudo, sim, mas pouca gente do planeta fez isso também. Então não podemos falar só daquilo que não fizemos. Quais foram os países que atingiram essa meta? Quais foram os países que conseguiram efetivamente reduzir as suas emissões?”, questionou.
Ele salientou que o Estado tem reduzido o desmatamento e lançou um programa ousado que visa zerar a emissão de carbono em um prazo menor do que o discutido na COP.
“Enquanto muitos países do mundo e até estados brasileiros estão assumindo o compromisso de zerar as emissões de carbono, ter a neutralização da sua atividade econômica até 2050, o Estado de Mato Grosso está assumindo um compromisso para o ano de 2035”, disse.
“Podemos fazer isso porque já iniciamos grande parte das ações para que esse objetivo possa ser atingido”, afirmou.
Segundo o democrata, hoje existe muita conversa no cenário internacional, mas poucas ações.
“Assumir compromissos para 2050, como alguns países estão fazendo, eu acho que é muito longe para a importância que esse tema tem para o planeta, para a vida, para o clima e diante das consequências que isso pode trazer para todos nós”, defendeu.
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