Chapada vira Aventino no 1º longa infantil produzido em MT Obra conta a história de uma menina de 10 anos que se muda com a família para o interior na década de 80

O primeiro longa-metragem infantil produzido em Mato Grosso teve como um dos palcos Chapada dos Guimarães (a 70 quilômetros de Cuiabá). A pacata cidade turística deu vida à ao pequeno município de Aventino - retratada na produção.

A obra intitulada “Beatriz Vira-Folhas”, da diretora e roteirista Samantha Col Debella, conta a história de uma menina de 10 anos - Beatriz - que se muda com a família para o interior na década de 80, em Aventido, cidade fictícia.

Morando com os pais e o avô com Alzheimer, a pequena se mudou a contragosto justo no final do ano letivo e decidiu que não faria novos amigos na atual escola.

Ela, no entanto, encontrou uma alternativa para os seus problemas: participar de um concurso municipal que lhe permitiria viajar para a capital e reencontrar sua melhor amiga, Clara.

Mas havia ainda um empecilho, Beatriz detestava ler, e a única vaga disponível era na modalidade leitura e redação.

Com o apoio do avô, a menina resolve enfrentar a empreitada e vencer o seu desgosto pela leitura. Nessa trajetória, Beatriz descobre a magia das histórias pelas mãos da severa bibliotecária, Irmã Lourdes, uma freira de 75 anos, com quem ela coloca à prova sua imaginação.

A também publicitária, Samantha, roteirista e diretora da obra, contou que é amante dos livros desde criança e que a produção imprime um pouco de si.

Melissa Rocha

Cena do filme em que Beatriz segura livro olhando pela janela

“Dizem que todas as histórias têm um quê de biográficas porque o autor sempre coloca um pouco de si nos personagens e no mundo ficcional que constrói para os livros e filmes. Beatriz Vira-Folhas é uma prova de que isso funciona, pelo menos comigo”, afirmou.

A roteirista aprendeu a ler com apenas 3 anos de idade, “num processo de osmose”, como ela mesma definiu. Filha de professora, Samantha ficava sempre por perto durante as aulas particulares que a mãe ministrava e foi pouco a pouco aprendendo a amar a leitura.

A produção

A escolha de Chapada como um dos principais cenários, se deu justamente pela narrativa da obra, que retrata a mudança de Beatriz de uma Capital para o interior. As demais cenas são filmadas em Cuiabá.

A produtora executiva do longa, Bárbara Varela, conta que a obra é universal e dialoga com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo. “O interessante é que conseguimos manter as nossas características em um filme sem fronteiras”, disse.

Segundo o diretor de fotografia, Marcelo Biss, devido à década em que a trama se desenrola, as imagens são muito coloridas. “Com a direção da Samantha o filme é suave, determinado e inteligente, como ela”, acrescentou.

Marcelo contou que 80% da equipe de produção e direção do longa-metragem é feminina e jovem. “Foi um prazer trabalhar com pessoas que demonstraram muita competência e simplicidade, fazendo com que o set de filmagens tivesse muita harmonia”, finalizou.

Todos os profissionais envolvidos no set de filmagem foram vacinados e trabalharam com máscara, com exceção dos atores durante as filmagens.

Algumas das cenas foram gravadas em praças e imóveis públicos, como a Câmara Municipal de Chapada dos Guimarães e a Igreja Nossa Senhora de Santana.

As gravações no Município atraíram muitos moradores, como o prefeito Osmar Froner de Melo. “Beatriz Vira-Folhas vai levar os cenários histórico e de paisagem de Chapada para o Brasil e o mundo e beneficiará o turismo local e a economia da cidade. Estamos muito felizes com a escolha do município para ser o cenário de boa parte do filme”, disse Bárbara.

As gravações tiveram início no dia 4 de outubro em Cuiabá e grande parte das cenas do filme foram gravadas durante 10 dias em Chapada dos Guimarães. O lançamento está previsto para o primeiro semestre de 2022.

A expectativa é finalizar os processos de pré-produção, produção e pós-produção num período de oito meses.

O longa-metragem é uma realização da Molêra Filmes e da Cafeína Conteúdos e envolve 200 empregos diretos e indiretos.

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