Troca de fachada
Militarização da Escola Presidente Médici causa polêmica nas redes sociais
A troca da fachada da Escola Estadual Presidente Médici, localizada na avenida Mato Grosso, em Cuiabá, provocou polêmica nas redes sociais, nesta tarde de quinta-feira (25). Além da mudança do nome, o colégio passa por um processo de militarização.
O Médici é uma das maiores escolas públicas de Mato Grosso, junto com o Liceu Cuiabano. Além disso, a unidade escolar também é um dos maiores colégios eleitorais de Cuiabá.
Em dezembro do ano passado, professores, pais e estudantes chegaram a protestar contra a implantação do sistema de gestão compartilhada militar. Parte da gestão da escola passará para a Polícia Rodoviária Federal (PRF). O articulador da mudança foi o deputado federal José Medeiros (Podemos). Na época, o parlamentar explicou que a unidade vai funcionar com a mesma proposta das escolas cívico-militares.
Uma foto com a troca da fachada da escola, que agora passa a se chamar Escola Estadual Militar Dom Pedro II “Presidente Médici”, começou a circular nas redes sociais. A mudança dividiu opiniões entre os internautas.
“O Sistema Educacional é muito complexo. Não é uma mudança de nome que irá transformar o mesmo”, disse um internauta.
“Que coisa podre, um símbolo deixado pela ditadura, só sendo muito doido mesmo pra apoiar uma coisa dessa! O Cuiabano e a cuiabania exaltam seus coronéis até hoje, povo criado pra viver no cabresto”, relembrou outro.
Emílio Grrastazu Médici foi presidente do brasil, entre 1969 e 1974. A ditadura militar atingiu o auge durante seu governo, com controle, censura, tortura e assassinato.
“Que maravilha! Apoiado. Os alunos das escolas militares são os que mais conseguem passar em concursos e em melhores colocações. Terão estudo eficiente, com disciplina e respeito”, opinou outra.
O programa de gestão compartilhada cívico-militar é um dos ‘carros chefe’ do governo do presidente Jair Bolsonaro e foi abraçado pelo governo estadual, que criou a Lei nº 10.922.
Sancionada em julho de 2020, a lei prevê que a adesão das escolas ao programa de gestão compartilhada se dará de forma voluntária. As escolas que aderem ao modelo de gestão compartilhadas passam a ser administradas por um militar, indicado pela instituição que firmou a parceria.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), mas até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. Assim que encaminhada à redação, será acrescentada na matéria.
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