Bolsonaro cita candidatura do PL e sinaliza não apoiar Medeiros Presidente ingressou no Partido Liberal nesta terça-feira

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que precisará ‘conversar’ com o deputado federal José Medeiros (Podemos) sobre sua candidatura ao Senado em 2022. Apesar de ter boa relação com Medeiros, Bolsonaro admitiu que poderá não apoiá-lo novamente por conta da conjuntura política, que o colocará no Partido Liberal no próximo ano, partido que já tem um précandidato ao Senado, o senador Wellignton Fagundes (PL).

Segundo informações de bastidores colhidas pela reportagem, a afirmação do presidente foi feita durante encontro entre Medeiros e o empresário OdílioBalbinotti Filho.

“O deputado federal conversou com o presidente por bastante tempo, mas o presidente explicou que a questão da candidatura dele precisaria ser ‘reconversada’ por conta da candidatura do PL”, afirmou uma fonte presente nos bastidores. Há cerca de duas semanas, Bolsonaro havia garantido que finalmente apoiaria Medeiros.

Balbinotti também recebeu respostas melhores do presidente. Bolsonaro tem interesse em ter candidato ao governo em Mato Grosso por conta da relação um pouco desgastada com os governadores do Centro-Oeste de modo geral.

O empresário baseado em Rondonópolis, que trabalha no setor das sementes e já recebe de compadres e colegas o epíteto de ‘rei da semente’, acompanhou toda live do presidente ali mesmo, no Palácio do Planalto, e depois foi convidado a conversar.

Bolsonaro chegou a trancar a agenda e pediu que servissem pasteis aos colegas. No encontro, o presidente falou de Balbinotti pai, que foi deputado federal junto com Bolsonaro.

“Quer mesmo ser candidato ao governo lá?”, questionou o presidente. Ao que o empresário respondeu que sim, desde que existisse apoio do chefe do executivo. De maneira reservada, o presidente disse que trabalharia para isso.

Bolsonaristas em disputa

Odílio é um nome defendido pela direita liderada por Victório Galli (Patri) e por Medeiros. Os dois políticos são muito próximos a Bolsonaro, mas distantes de partidos do centrão. Esta condição complica qualquer transferência para o PL, apesar das insistentes declarações de Wellignton Fagundes (PL) para que os chamados “bolsonaristas raiz” entrem no partido, colocando a sigla de portas abertas aos colegas.

Acontece que Fagundes precisa de pelo menos algum provável candidato ao governo do Estado para pressionar ainda mais Mauro Mendes a apoiá-lo ao Senado, deixando Neri Geller (PP), que também quer ser senador, em segundo plano. O próprio Balbinotti, porém, não tem interesse imediato no PL de Wellington.

Medeiros também não vê chances de ser candidato ao Senado, seu grande sonho, caso se transfira ao PL. Chances ainda menor tem o deputado federal no que se refere a sua manutenção no Podemos, partido que filiou Sérgio Moro, agora inimigo de Bolsonaro e principal candidato a liderar a chamada “terceira via”.