Câmara rejeita mais 2 pedidos de investigação contra Emanuel Requerimentos foram baseados em relatório de CPI, que apontam prejuízo de R$ 26 milhões ao erário
A Câmara de Cuiabá voltou a barrar nesta quinta-feira (09) dois novos pedidos de abertura de Comissão Processante contra o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), feitos pelos vereadores Tenente-Coronel Marcos Paccola (Cidadania) e Marcus Brito (PV).
Com isso, sobe para sete o número de requerimentos para abertura de processo de impeachment barrados pela Casa em plenário, além de quatro outros pedidos arquivados.
Os pedidos protocolados por Paccola e Brito foram embasados no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Medicamentos Vencidos, que pediu o indiciamento do prefeito Emanuel, da primeira-dama Márcia Pinheiro, de três empresas e mais 40 pessoas.
Segundo apurou da CPI, o dano aos cofres públicos causado pelo grupo chega a R$ 26.085.880,34.
O requerimento de Paccola foi o primeiro a ser votado em plenário, recebendo 14 votos contrários e 10 a favor. Como quem propõe, não vota, foi convocada a suplente do vereador, a influenciadora digital Maysa Leão (Cidadania).
Secom/Câmara de Cuiabá
O líder do Governo, vereador Mário Nadaf (PV), que por duas vezes subiu à tribuna para pedir a rejeição dos requerimentos
Votaram a favor os seguintes vereadores: Demilson Nogueira (PP), Diego Guimarães (Cidadania), Dilemário Alencar (Podemos), Edna Sampaio (PT), Eduardo Magalhães (Republicanos), Marcus Brito (PV), Michelly Alencar (Cidadania), Pastor Jeferson (PSD), Sargento Joelson (SD) e Maysa Leão.
Votaram contra os vereadores Juca do Guaraná Filho (MDB), Paulo Henrique (PV), Dr. Luiz Fernando (Republicanos), Cezinha Nascimento (PSL), Adevair Cabral (PTB), Chico 2000 (PL), Didimo Vovô (PSB), Kássio Coelho (Patriota), Marcrean Santos (PP), Maria Avallone (PSDB), Mário Nadaf (PV), Rodrigo de Arruda e Sá (Cidadania), Sargento Vidal (PROS) e Wilson Kero Kero (Podemos).
O vereador Lilo Pinheiro (PDT) não pode votar porque estava presidindo a sessão, uma vez que Juca do Guaraná está em viagem, tendo participado da votação de forma online.
O pedido assinado por Marcus Brito, por sua vez, recebeu nove votos a favor e 15 contra. O único voto divergente em relação ao primeiro pedido foi o do próprio suplente, o servidor Raufrides Macedo (PV), que votou contra o requerimento apresentado pelo titular da cadeira.
"Votação vexatória"
Um dos que defendem a abertura da Comissão Processante contra Emanuel, o vereador Diego Guimarães lamentou o resultado da votação, classificando-a como "vexatória".
A tristeza é gigante por conta dos votos que foram contras. Muitos acreditam que dentro de Parlamento eles estão blindados, que aqui é uma bolha
"A tristeza é gigante por conta dos votos que foram contras. Muitos acreditam que dentro de Parlamento eles estão blindados, que aqui é uma bolha. Isso aqui não é uma ilha, é uma extensão da sociedade", criticou Diego, pedindo à população para que cobre o posicionamento dos seus vereadores quanto ao assunto.
Paccola, por sua vez, afirmou que a investigação contra o prefeito apenas será avalizada pelo Parlamento quando "um ou dois vereadores forem afastados ou presos".
"E peço à população: peguem os nomes dos vereadores e busquem na Justiça quem é réu junto com Emanuel, e assim vão entender porque alguns aqui dentro não têm possibilidade alguma de votar a favor, porque estão presos no mesmo barco", afirmou.
Vitória da base
Com os dois pedidos rejeitados hoje, sobe para sete o número de requerimentos barrados que pediam a abertura de processo de impeachment contra Emanuel na Câmara de Cuiabá.
Outros quatro pedidos foram arquivados sem nem mesmo irem a plenário, por decisão da Mesa Diretora.
CPI dos Medicamentos
Tanto Paccola quanto Marcus Brito foram membros da CPI dos Medicamentos Vencidos como membro e relator, respectivamente.
De acordo com o relatório da CPI, Emanuel teria incorrido em três infrações político-administrativas. São elas: proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo; retardar a publicação de atos sujeitos a essa formalidade; e omitir-se contra expressa disposição de lei.
Segundo Paccola, o prefeito foi quem “chefiou” uma organização criminosa na Saúde que teria incorrido em diversos erros e por isso centenas de medicamentos teriam vencidos.
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