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Segunda - 20 de Dezembro de 2021 às 15:33
Por: Por Kethlyn Moraes, G1 MT

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Em agosto, um avião de pequeno porte caiu em Poconé (MT) devido à falta de combustível — Foto: Corpo de Bombeiros
Em agosto, um avião de pequeno porte caiu em Poconé (MT) devido à falta de combustível — Foto: Corpo de Bombeiros

Mato Grosso é o segundo estado com o maior número de acidentes aéreos no país em 2021. Segundo os dados do Painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer), foram 20 acidentes só neste ano no estado, que está atrás apenas de São Paulo, com 27 acidentes.

Número de acidentes aéreos registrados em 2021 por UF — Foto: Sipaer

Número de acidentes aéreos registrados em 2021 por UF — Foto: Sipaer

O painel aponta que Mato Grosso também tem o segundo maior índice do país em relação aos acidentes nos últimos 10 anos. De 2011 a 2021, foram 171 acidentes aéreos registrados no estado, que, mais uma vez, fica atrás apenas de São Paulo, com 389 acidentes.

Número de acidentes aéreos nos últimos 10 anos por Unidade Federativa — Foto: Sipaer

Número de acidentes aéreos nos últimos 10 anos por Unidade Federativa — Foto: Sipaer

Este ano teve o segundo maior índice da última década. O ano que teve mais acidentes foi 2013, com 24. Já o ano com menos acidentes foi 2018, com 10.

Número de acidentes aéreos em MT nos últimos 10 anos

No total, 171 acidentes foram registrados na última década

Número de acidentes aéreos1414202024241414151515151111101011111717202020112012201320142015201620172018201920202021051015202530

Fonte: Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer)

O estado também está entre os cinco com mais incidentes graves com aviões, ocupando a terceira colocação no ranking nacional, estando atrás de Goiás (11) e São Paulo (10). Em 2021, quatro dos 20 acidentes foram classificados como fatais, com a morte de todos os passageiros a bordo.

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Do total de acidentes aéreos deste ano, a maioria foi de aviões particulares (13). Em seguida, estão os aviões agrícolas (4), avião regular (1), experimental (1) e táxi aéreo (1).

Avião caiu por falta de combustível e um passageiro morreu em agosto deste ano em Poconé — Foto: Corpo de Bombeiros

Avião caiu por falta de combustível e um passageiro morreu em agosto deste ano em Poconé — Foto: Corpo de Bombeiros

Ou seja, 65% dos acidentes foram em aeronaves particulares e 20% nas agrícolas.

Esse percentual não é muito diferente quando o recorte é a última década. De 2011 a 2021, 60% dos acidentes foram de aeronaves particulares e 20% de agrícolas. (Veja no gráfico abaixo)

Número de acidentes aéreos por tipo de aeronave em MT nos últimos 10 anos

Avião particular: 60 %Avião agrícola: 20 %Experimental: 8,24 %Táxi aéreo: 5,29 %Instrução: 3,53 %Especializada: 1,76 %Regular: 0,59 %Múltipla : 0,59 %Avião particular
60 %

Fonte: Sipaer

A aviação particular é composta por aeronaves privadas e aeronaves experimentais.

De acordo com o regulamento Brasileiro da Aviação Civil, os aviões particulares realizam voos privados, sem fins lucrativos, com a finalidade de realizar atividades de recreação ou desportiva, de transporte do proprietário ou operador, de serviços aéreos especializados realizados em benefício exclusivo do proprietário ou operador, não podendo efetuar quaisquer serviços aéreos remunerados.

Duas pessoas morreram carbonizadas em queda de avião em Araguaiana (MT) em março deste ano — Foto: Polícia Militar de Mato Grosso

Duas pessoas morreram carbonizadas em queda de avião em Araguaiana (MT) em março deste ano — Foto: Polícia Militar de Mato Grosso

O painel do Sipaer também aponta os fatores que mais causaram os acidentes dos últimos 10 anos.

Em Mato Grosso, os principais fatores são: julgamento de pilotagem (17%), aplicação de comando (9,5%), planejamento de voo (8,7%), processo decisório (7%), atitude (6,2%), percepção (5,8%), supervisão gerencial (4,5%), condições meteorológicas adversas (4,1%), manutenção da aeronave (3,7%) e pouca experiência do piloto (3,7%).

Fatores que mais causaram os acidentes dos últimos 10 anos em MT — Foto: Sipaer

Fatores que mais causaram os acidentes dos últimos 10 anos em MT — Foto: Sipaer

Segundo o sumário estatístico do Sipaer, chamam a atenção nos acidentes nos voos agrícolas os atores relacionados ao desempenho técnico do ser humano, como a perda de controle em voo, perda de controle no solo, falha do motor em voo e colisão contra obstáculos durante a decolagem e pouso.

Nos voos em geral dos últimos 10 anos também se destacam a perda de controle em voo e a falha do motor.

Foto divulgada pelos bombeiros mostra destroços de avião que caiu e pegou fogo em Rondonópolis (MT) — Foto: Corpo de Bombeiros de Mato Grosso/Assessoria

Foto divulgada pelos bombeiros mostra destroços de avião que caiu e pegou fogo em Rondonópolis (MT) — Foto: Corpo de Bombeiros de Mato Grosso/Assessoria

Duas fases do voo onde se concentraram mais da metade das ocorrências são a decolagem (38), o cruzeiro (27) e o pouso (21).

Já nos voos agrícolas, as principais fases são na decolagem, na manobra e na especializada, quando são usadas as manobras necessárias para aplicação em lavoura. A decolagem é uma fase sensível da operação agrícola por ocorrer repetidamente e em intervalos relativamente curtos entre cada voo.

Alguns dos acidentes

Em março deste ano, duas pessoas morreram carbonizadas em uma queda de avião em Araguaiana, a 574 km de Cuiabá. Segundo informado, a aeronave iria decolar com destino a Goiânia e caiu a aproximadamente 500 metros da pista. Testemunhas relataram que o motor da aeronave parou na decolagem.

Em junho, quatro pessoas morreram carbonizadas após um avião cair em uma área de mata, perto do Rio Vermelho, em Rondonópolis (MT). O avião bimotor, modelo Cessna 310, caiu e pegou fogo logo em seguida.

Quatro pessoas estavam no avião que caiu em uma área de mata, perto do Rio Vermelho, em Rondonópolis (MT) — Foto: Corpo de Bombeiros de Mato Grosso/Assessoria

Quatro pessoas estavam no avião que caiu em uma área de mata, perto do Rio Vermelho, em Rondonópolis (MT) — Foto: Corpo de Bombeiros de Mato Grosso/Assessoria

Em agosto deste ano, um avião de pequeno porte caiu em Poconé, a 103 km de Cuiabá, devido à falta de combustível. O piloto e outras três pessoas que estavam na aeronave foram socorridas com ferimentos e encaminhados ao hospital. O médico George da Costa Melo, de 39 anos, não resistiu e foi a óbito.

Avião ficou destruído após queda em Poconé (MT) — Foto: Corpo de Bombeiros

Avião ficou destruído após queda em Poconé (MT) — Foto: Corpo de Bombeiros

O piloto contou que saiu de Porto Jofre sentido Cuiabá, no entanto, após decolar, percebeu que faltava combustível e tentou voltar para Poconé.

No dia 7 de setembro, um avião que saiu da Bolívia transportando quase 300 kg de drogas caiu em Brasnorte, na região norte de Mato Grosso.

Avião caiu após piloto tentar fazer um pouso forçado em MT — Foto: Polícia Federal

Avião caiu após piloto tentar fazer um pouso forçado em MT — Foto: Polícia Federal

O piloto tentou fugir, mas foi localizado e preso. Segundo informações da polícia, o veículo não tinha plano de voo e entrou no espaço aéreo do Brasil pela fronteira com a Bolívia, mas foi interceptado pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Em seguida, o piloto tentou fazer um pouso forçado em um campo aberto do município, mas acabou perdendo o controle e caiu.

Em novembro, um piloto de 29 anos teve 76% do corpo queimado após o avião agrícola que ele pilotava cair em uma fazenda em Paranatinga, a 411 km de Cuiabá.

O avião agrícola caiu em uma fazenda em Paranatinga (MT) durante uma pulveirização — Foto: PM/MT

O avião agrícola caiu em uma fazenda em Paranatinga (MT) durante uma pulveirização — Foto: PM/MT

Celso Antônio Jasper iria fazer a primeira pulverização em uma área para o plantio de soja, quando aconteceu o acidente. Ele foi encaminhado para o Hospital Municipal de Cuiabá.





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