Vinicius Mendes
Juiz homologa laudo de sanidade e homem deve escapar de pena Crime ocorreu em 2019 em Sorriso; laudo apontou transtorno afetivo bipolar tipo I no acusado
O juiz Anderson Candiotto, da Segunda Vara Criminal de Sorriso, homologou o laudo pericial que atesta a sanidade mental de Lumar Costa da Silva, que matou e arrancou o coração da tia, Maria Zélia da Silva Cosmos. O crime ocorreu em julho de 2019.
O laudo constatou que Lumar possui transtorno afetivo bipolar tipo I. Por conta disso, o juiz citou a inimputabilidade de Lumar.
Segundo ele, o homem não podia, “ao tempo da ação, entender o caráter ilícito da ação, bem como, de se determinar de acordo com este entendimento”.
“De fato, da análise dos autos, em cotejo com os elementos indiciários de prova produzidos nos autos da ação penal em apenso, tenho que o laudo pericial deve ser homologado, haja vista que estou convencido da inimputabilidade do acusado ao tempo da ação”, escreveu o magistrado.
O juiz determinou que o Ministério Público Estadual (MPE) e a defesa de Lumar se manifestassem sobre o laudo.
A tendência, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, é que o processo penal contra Lumar seja extinto sem condenação.
A expectativa é de que o processo seja concluído em janeiro de 2022.
Enquanto isso, Lumar encontra-se preso na Penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira (conhecida como Ferrugem), em Sinop ( 503 km da Capital).
O caso
Maria Zélia foi assassinada pelo sobrinho no dia 2 julho no Bairro Vila Bela, em Sorriso.
Após o crime, Lumar procurou a filha da vítima, levando o coração dentro de uma sacola e contou tê-la assassinado.
De acordo com a Polícia Civil, o sobrinho tinha se mudado para casa da tia há quatro dias depois de tentar matar a mãe dele em Campinas, São Paulo.
Um dia após a sua chegada, o homem se envolveu em uma confusão com os vizinhos da sua tia, tendo inclusive os ameaçado com um facão.
“Depois desse acontecimento, a tia pediu para que ele saísse de sua casa. O irmão da vítima achou uma quitinete e ele foi morar lá. No domingo [30], voltou na casa e dizia que queria beijar uma menina de 7 anos, porque ele gostava daquela menina”, contou o delegado André Ribeiro, que investigou o caso.
Lumar, então, foi mais uma vez expulso e voltou à casa da tia na noite do dia 2 de julho, quando cometeu o homicídio.
Em depoimento na Polícia Civil, ao sair da delegacia, afirmou à imprensa que ouviu 'vozes' do universo que o orientaram a cometer o crime. Ele confessou o crime e disse não estar arrependido.
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