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Cidades/Geral
Sexta - 18 de Fevereiro de 2022 às 10:20
Por: Elayne Mendes/Gazeta Digital

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Um machado e uma máscara foram comprados pela internet por um adolescente de 17 anos, que planejava realizar um massacre, matando alunos e professores na Escola Estadual Nivaldo Fracarolli, em Juara (709 km a médio-norte). O estudante cursa o ensino médio na unidade e, segundo a direção, sempre foi um bom aluno, apesar de calado e de ter apenas um amigo na classe. Após plano vir à tona, pais também descobriram que o filho se automutilava. Adolescente foi afastado da sala de aula e já está sob cuidados de uma psicóloga.

Diretor da escola, Marcelo de Oliveira Miranda explicou que se surpreendeu ao receber a mãe de uma aluna que contou a intenção do colega de turma da filha, pois o estudante sempre foi tranquilo e comprometido com os estudos. “Ele quase não conversava. Mas sempre achamos que era o jeito dele. Na turma, ele só tinha um amigo, que foi para quem ele contou que planejava o massacre”.

Esse amigo acabou comentando sobre a intenção com outros colegas e rapidamente o assunto se espalhou pela escola. Uma aluna da mesma sala do adolescente contou para a mãe, que se dirigiu até a escola e relatou o plano para Miranda, acrescentando que o menino cortava os braços com gilete. Segundo o educador, esse comportamento pode ter sido motivado após esses, praticamente, dois anos de aula remota. “Ele ficou assistindo muitos vídeos e comentou com o amigo que estava participando de desafios virtuais. Chegou a mostrar um vídeo de como ele queria fazer aqui na escola”, conta o diretor.

Marcelo foi até a casa do adolescente que fica em um sítio na zona rural de Juara. Conversou com os pais que também se espantaram com a intenção do filho. “Mas o choque maior foi quando informei que ele estaria de automutilando. Pedimos que ele suspendesse a manga da camisa comprida que usava e confirmamos que ele estava se cortando”. Os pais do aluno informaram que o filho já fazia acompanhamento psicológico, que teve que ser interrompido devido à pandemia. A mãe reconheceu que o filho passa muito tempo ao celular e faz compras pela internet. “O que reforça a possibilidade dele realmente ter comprado o machado e máscara como comentou com o amigo. Porém, isso deve ser investigado pelas autoridades competentes”, frisou o diretor.

Diretor descreve 'pânico generalizado'

Plano do aluno ultrapassou os muros da escola e no mesmo dia que o diretor teve conhecimento da intenção, outros pais também souberam, o que resultou em uma situação de pânico generalizada. “No meu celular não parava de chegar notificações e de receber chamadas de pais desesperados falando que não mandariam os filhos para a escola”, conta Marcelo Miranda.

O Conselho Tutelar foi acionado e um boletim de ocorrência foi registrado pelo diretor da unidade na intenção de resguardar a vida do estudante e dos demais alunos e profissionais.

“No final da manhã desta quinta-feira (17) uma psicóloga me ligou e informou que o aluno já estava sendo acompanhado. Estou feliz que com a ajuda de alunos e pais, conseguimos evitar que o pior acontecesse”.

Prefeito de Juara, Carlos Amadeu Sirena, informou que, caso necessário, equipe de assistência psicológica do município está pronta para auxiliar o estudante. Citou inclusive que, no ano passado, uma criança que estava com desequilíbrio psicológico chegou a passar pelo atendimento ofertado pelo Executivo. “Temos que ter muito cuidado ao tratar desse assunto, pois é delicado para todos que estão envolvidos, principalmente para o adolescente em questão. O momento é de acolhimento”.

Sirena disse que esse é um fato esporádico e que preocupa a gestão, que vai acompanhar o caso de perto e prestar toda a assistência possível. “Só não temos unidade de internação, mas esperamos que não seja o caso e após tratamento correto, tudo volte à tranquilidade”.





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