Casais vivem histórias de amor que começaram nos apps
O conceito de conhecer pessoas por outros meios que não pessoalmente sempre existiu. Seja em programas de rádio, anúncios em revistas ou encontros na TV, a busca pelo amor atravessou décadas e se aprimorou. Os aplicativos de relacionamento seguem esse objetivo, porém com abrangência maior e funcionalidades. Com às devidas precauções, é possível achar o par e viver um amor que sai do virtual para o real.
Prova disso são 3 casais ouvidos pelo Gazeta Digital e que concordaram em compartilhar suas histórias, que começaram "despretensiosas" nos aplicativos e que se tornaram relações saudáveis, duradouras e reais. Letícia Auxiliadora da Silva Dionel, 28, e Olir Pereira dos Santos, 31, estão casados desde 2020. Katiuscia Manteli Andrade de Toledo, 39, e Thiago Andrade de Toledo,37, celebram 7 anos de relação. Raul Dias Bispo,21, e Michael Esquer, 24, começaram a namorar na pandemia (o que atrasou o encontro).
Amor no primeiro encontro
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Família de Katiucia e Thiago
Katiucia conta que sempre foi entusiasta dos aplicativos e que até conheceu pessoas legais ali, mas com Thiago foi diferente. O ano era 2015, 15 dias após o match no Tinder e muita conversa, eles se encontraram. Não foi nada formal ou romântico.
Ela não sabia que conheceria seu grande amor em um café despretensioso, em um shopping de Cuiabá. Meia hora depois, já estavam de mãos dadas pelo centro de compras. Dali em diante tudo foi muito rápido, assim como a paixão que cultivam.
“Dois dias depois desinstalamos o app dos nossos celulares, porque já tínhamos encontrado o que estávamos procurando. Seis meses depois fomos morar juntos. Fizemos um noivado temático, com doces personalizados com logo de apps”, lembra.
Katiucia tinha um bebê de um ano e meio. O amor e a afinidade entre a criança e então namorado que se tornou marido foi tão grande que hoje ele tem a guarda compartilhada do pequeno, assim como a mãe e o pai biológico.
Logo, Katiúcia e Thiago se casaram da relação nasceu Heitor, hoje com 2 anos.
Ela relata que o casal é muito diferente, o que os complementa e equilibra a relação. Ela é jornalista, comunicativa, agitada, amiga de todo mundo. Ele, por outro lado, é mais nerd, doutor em física, discreto e calmo.
“Nunca tivemos briga que nos tenha feito sequer dormir separados. As discussões são coisinhas de casa, tipo deixar toalha molhada na cama ou a pasta de dente aberta. Nunca nos separamos”, relata.
Amor à segunda vista
A engenheira sanitarista e ambiental, Letícia Dionel, também já tinha conhecidos pessoas no app até “combinar” com Olir dos Santos, em 2017. Na época ambos moravam em Cuiabá.
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Letícia e Olir
Ela relata que sua frequência no aplicativo era escassa, instalava e apagava com frequência. A engenheira admite que tinha certo preconceito com o aplicativo e não colocava muita fé em relações que começavam ali.
“A gente se conheceu em fevereiro de 2017, mas só começamos a namorar uns 4 ou 5 meses depois. Desde então, terminamos uma vez, mas reatamos logo”, conta a jovem.
Após anos de namoro, em 2020 o casal decidiu morar junto e logo veio a pandemia. Hoje, eles residem em Lucas do Rio Verde.
“Pensava, ‘até parece que vai virar alguma coisa encontro do tinder’. Não foi exatamente amor ao primeiro date. A gente se encontrou, depois ficou mais ou menos um mês sem se falar. Aí voltamos a nos falar e foi quando começamos a namorar, foi tudo muito intenso”, lembra.
Amor na pandemia
O casal Raul e Michael se conheceu em janeiro de 2021, pelo Tinder. O primeiro date só aconteceu cerca de um mês depois e foi cercado de afeto e timidez.
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Raul e Michael
Raul conta que ambos conversavam muito por mensagens e já se gostavam antes mesmo de se verem pessoalmente. O primeiro encontro foi no cinema, quando foram assistir o filme da Mulher Maravilha. Não teve nem jeito de tanta timidez que ambos estavam. Após isso, eles só engataram namoro 5 meses depois.
“Nunca tive preconceito com app, mas antes eu não estava procurando relacionamento. Não estava disposto. Foi a primeira vez que baixei o Tinder e esse é meu primeiro namoro por aplicativo. Encontrei no Michael a pessoa perfeita para mim. Eu estava disposto, mas não sabia o quão especial seria quanto eu o encontrasse”, narra Raul.
Michael relata que começou a frequentar mais os aplicativos na pandemia. Com trabalho remoto, aulas online e restrição de circulação era mais difícil conhecer pessoas. Ele queria um relacionamento.
“Mas nesses aplicativos, apesar de não ser uma regra, é muito difícil você encontrar alguém que também esteja disposto a investir tempo pra construir uma relação, então na maioria das vezes não dá em nada”, afirma Michael.
Ele conta que sentiu que era diferente quando conheceu Raul. As conversas online eram infindáveis e isso também aconteceu no encontro.
“Eu fiquei muito feliz porque tinha esse risco, de você encontrar e não ser aquilo que estava parecendo”, relata.
Por conta do fim de semestre da faculdade, estágio, trabalho e a piora da pandemia encontros presenciais se tornaram difíceis de acontecer. Tanto que depois de janeiro, o casal só foi se ver em março e junho, quando começou a namorar.
Em junho, Michael foi ao encontro já com o objetivo de pedir Raul em namoro. Mas foi surpreendido com o pedido.
“Eu vou falar por mim, eu não acredito muito nisso de amor à primeira vista. Eu acho que o amor a gente constrói e eu tive a sorte de encontrar a pessoa pra poder construir isso comigo. Mas a conexão foi à primeira vista, sem dúvida, uma conexão que sobreviveu 6 meses praticamente on-line e que fez a gente ter certeza do que tinha quando a gente se encontrou de novo”, argumenta o rapaz.
Michael conta que estava um tanto desiludido com o amor, quando deu match com Raul, tanto que o papo começou sem muitas expectativas.
“Eu já estava pensando que eu não ia encontrar ninguém. Era mais uma desilusão mesmo de procurar e nunca achar. Tanto que quando eu dei match com ele eu tentei não criar muita expectativa, mas não dava mais pra ignorar os sinais, não era mais sobre não criar expectativa, era mais de aceitar, que tinha acontecido mesmo, que eu tinha encontrado o que estava procurando”, abre o coração.
O aplicativo
Badoo, Happn, Par Perfeito, Facebook Namoro também são aplicativos de relacionamentos, porém o Tinder ainda é o mais popular dele e muitas vezes usado para se referir a qualquer plataforma do seguimento.
Criado em 2013, o app já tem 100 milhões de usuários no mundo todo e 55 bilhões de Matches, segundo dados da plataforma.
Como segurança, ele oferece a verificação para certificar que a pessoa da foto é a mesma na vida real. Desfazer o match se não quiser mais contato com a pessoa e superlike para sinalizar que você está muito interessado na outra pessoa. Ela vai te identificar por meio de uma estrela azul.
Existe a versão gratuita e paga, que permite ver quem te curtiu e garantir o match.
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