"MADALENA"
Filme de diretor mato-grossense estreia na Netflix nesta quinta Premiado, o filme narra o desaparecimento de uma mulher trans em cidade sojicultora
O premiado filme “Madalena”, primeiro longa-metragem de ficção do diretor mato-grossense Madiano Marcheti, estreia nesta quinta-feira (3) na Netflix.
O filme tem como ponto de partida o corpo de Madalena, encontrado em uma plantação de soja. Na sequência, a trama acompanha a história de três jovens - Luziane (Natália Mazarim), Bianca (Pamella Yule) e Cristiano (Rafael de Bona) -, que vivem contextos diferentes em uma mesma cidade produtora da oleoginosa no Centro-Oeste do Brasil.
Embora os três não se conheçam, eles são afetados de alguma forma pelo desaparecimento de Madalena. O longa denuncia a violência constante do país que mais mata a população LGBTQIA+.
Parceiro fundador da Terceira Margem Produções, Marcheti é, além de diretor, o roteirista de "Madalena".
Nascido em Porto dos Gaúchos e criado em Sinop, Marchetti se mudou para o Rio de Janeiro para se aprimorar na área do audiovisual, e foi quando, nos últimos semestres da faculdade de Cinema na PUC-Rio, “Madalena” começou a desabrochar.
O roteiro foi escrito em 2014, e o filme estreou em 2021, quando foi lançado mundialmente no Festival Internacional de Cinema de Roterdã 2021 (Tiger Competition).
Para Marchetti, que dedicou seis anos ao filme, “Madalena” é um projeto de vida.
“O filme discute temas como a transfobia, questões ambientais, e tem várias nuances e narrativas que precisam ser discutidas e observadas nessa região”, disse.
“Mato Grosso é um estado super-importante política e economicamente, mas é um estado que pouco se olha pensando em cinema e nas representatividades. Por isso, eu como homem gay e mato-grossense, pensei em um filme que abordasse essas questões pelo “lado de dentro” da coisa", relatou.
“O filme não busca ‘culpados’, que nada mais são do que os sintomas, e sim, a causa, do problema. É sobre entender a motivação de forma geral, o porquê desses crimes e por que tantos nessa região", afirmou. Mato Grosso é um dos estados com maiores índices de crimes motivados por homofobia no Brasil.
“Sempre vi a participação LGBTQIA+ no cinema e na televisão de forma muito esteriotipada. E a presença de pessoas trans como chacota ou então ligada à violência, drogas, prostituição. Por isso, durante o filme, procuramos mostrar as personagens trans em cenas durante o dia, para justamente não reforçar esse cenário que vincula a imagem da mulher trans à noite, na prostituição.”
“É óbvio que existem as travestis que são trabalhadoras do sexo, mas existem outras que trabalham em outras áreas. É preciso mostrar a vida dessas mulheres de forma mais justa, e eu quis buscar um tipo de representatividade que mostrasse a real pluralidade da vida da mulher trans, pessoa trans e travesti”.
“Madalena" foi rodado em Dourados (MS) e contou com mais de 20 atores do Estado no elenco.
A produção é da PóloFilme e da Raccord, em coprodução com Vira Lata e Terceira Margem. A distribuição é da Vitrine Filmes.
Clélia Bessa, Joel Pizzini, Sérgio Pedrosa, Marcos Pieri, Beatriz Martins são os produtores do longa.
Divulgação
Elenco
Natália Mazarim
Rafael de Bona
Pamella Yule
Chloe Milan
Mariane Cáceres
Nádja Mitidiero
Joana Castro
Edilton Ramos
Maria Leite
Antonio Salvador
Lucas Miralles
Ficha técnica
Diretor: Madiano Marcheti
Produtores: Clélia Bessa, Joel Pizzini, Sérgio Pedrosa, Marcos Pieri, Beatriz Martins
Roteiristas: Madiano Marcheti, Thiago Gallego, Thiago Ortman, Tiago Coelho
Fotógrafos: Guilherme Tostes, Tiago Rios
Montadora: Lia Kulakauskas
Diretora de Arte: Rocio Moure
Editor de Som e Mixador: Bernardo Uzeda
Trilha Sonora: Junior Marcheti
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