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Agronegócios
Quinta - 03 de Março de 2022 às 15:33
Por: Da Assessoria

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Os efeitos da guerra no Leste Europeu já começam a serem percebidos na economia brasileira e têm deixado lideranças do setor produtivo de Mato Grosso em ‘sinal de alerta’. Além da alta no petróleo, que já ultrapassou os US$ 110 por barril, o fornecimento de vários insumos oriundos da Rússia e Belarus pode estar ameaçado.

“A luz vermelha acendeu com a guerra entre Rússia e Ucrânia. O presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve na Rússia para garantir o fornecimento de fertilizantes, principalmente cloreto de potássio. Agora, tudo virou uma incógnita e a gente já viu o Putin dando e declarações de que não vai mais vender fertilizante para o Brasil”, destaca Paulo Sérgio Aguiar, presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa).

Aguiar explica que as medidas que a Europa, os Estados Unidos e outros países estão querendo impor por meio das Organização das Nações Unidas (ONU) também afeta a comercialização de fertilizantes. A Rússia, por exemplo, já foi retirada do Swift, um sistema que padroniza as informações financeiras, permitindo a negociação entre empresas de vários países.

“Isso significa que não temos como pagá-los para receber no Brasil. Somente em 2021, o país consumiu mais de 45 milhões de toneladas em fertilizantes. Deste total, apenas 6,5 milhões de toneladas foram produzidos dentro do nosso território, o restante importado, sendo que mais de 8 milhões vem pela Rússia”, pontua.

Sem fertilizantes, o custo de produção agrícola no Brasil aumenta exponencialmente, podendo, até mesmo, tornar inviável alguns cultivos e faltar alimentos na mesa do consumidor. Para se ter uma ideia, somente em 2021, o preço médio do cloreto de potássio (KCL) subiu de U$ 320 a U$ 340 para mais de U$ 950 a U$ 1000. A ureia na safra 19/20, que antes estava na casa dos U$ 360, ultrapassou os U$ 725.

“Daqui a pouco também vão aumentar as sanções para o Belarus, outro grande fornecedor de fertilizantes. Além disso, alguns navios mercantis estão sendo bombardeados. Pelo menos cinco navios no Mar Negro foram atingidos. Desta forma as empresas não querem mais mandar navios para essas regiões”, destaca.

Alternativas - “É uma questão muito difícil. A única alternativa que nós temos, e não é para 2022, é começar a pensar na exploração das minas de potássio em Autazes, no Amazonas, e acelerar a produção e exploração das minas de fósforo no Brasil. Outro ponto é a Petrobras voltar a produzir através do gás natural o nitrogenado”, afirma.

“Nós estamos sentados numa das maiores minas de cloreto de potássio do mundo, mas não estamos explorando um quilo sequer por problemas no licenciamento ambiental”, finaliza.





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