Mulheres pedem pelo fim da violência em MT

O fim da violência contra a mulher, do machismo, racismo e da fome são algumas das principais bandeiras das manifestações programadas para hoje (8), quando se comemora o Dia Internacional da Mulher. Para marcar a data, estão previstos atos políticos simbólicos em vários municípios de Mato Grosso. Em Cuiabá, haverá manifestação a partir das 8 horas, na Praça Rachid Jaudy, que fica entre a Avenida Isaac Póvoas e Rua Barão de Melgaço, no Centro.

O ato volta a ser realizado presencialmente nas ruas depois de dois anos de pandemia. Já a escolha do espaço público se dá por conta do caso de estupro de uma garota, de 14 anos, no mês de fevereiro passado no local. Na sequência, as manifestantes seguem em passeata pela região central carregando cruzes e faixas e denunciando a violência psíquica e física que muitas mulheres sofrem.

Segundo os organizadores, o percurso será concluído em cirandas em outras atividades na Praça Ipiranga, também no Centro. No período da tarde ainda haverá a entrega do manifesto da “Mulheres de MT” para o Executivo e Legislativo estadual. Elas protestam ainda contra o presidente da República Jair Bolsonaro (PL). “O manifesto foi construído num consenso com vários movimentos feministas, mas nós mulheres trabalhadoras da CUT temos ainda reivindicações políticas. Precisamos aumentar a representatividade das mulheres no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislativas, mas que sejam eleitas não apenas pelo gênero”, afirma a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional, Juneia Batista.

Conforme a assessoria de imprensa dos organizadores, apesar do eleitorado brasileiro ser em sua maioria composto por mulheres (52,5%), sua representatividade ainda é pequena no Congresso Nacional. Das 513 cadeiras na Câmara dos Deputados, apenas 77 são ocupadas por deputadas, o que corresponde a 15% do total. No Senado somente 12 mulheres foram eleitas para as 81 vagas, o que equivale a uma participação feminina de 14%.

Outro foco é o desemprego. De acordo com as informações, enquanto a taxa de desemprego foi de 9,0% para os homens no trimestre encerrado em dezembro de 2021, a das mulheres foi de 13,9%. Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional para os brancos, em 9,0%, muito aquém do resultado para os pretos (13,6%) e pardos (12,6%).

A pandemia também impactou a vida das mulheres. O estudo “Sem Parar – O trabalho e a vida das mulheres na pandemia”, da Gênero e Número e da Sempre Viva Organização Feminista, realizada entre abril e maio de 2020, apontou que 50% das mulheres passaram a se responsabilizar pelo cuidado de alguém na pandemia. A programação que começou ao longo da última semana segue com a realização de live sobre “Feminismo contemporâneo e os seus desafios”, no sábado (12), a partir das 8h30, pela plataforma “Zoom”.