A nutricionista Mirele Savegnago desenvolveu um cálculo alternativo para medir a massa corporal. (Foto: Rodolfo Tiengo/ G1)
Pesquisadores da USP de Ribeirão Preto (SP) criaram um novo índice de massa corporal (IMC) que promete identificar os "falsos magros", pessoas que chegam a fazer bonito na balança e entre os amigos, mas que acumulam taxas preocupantes de gordura no organismo.
IMC "clássico" | IMC da USP |
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Fórmula Peso (em kg) / altura (em metro) ao quadrado |
Fórmula 3 x peso (em kg) + 4 x percentual de gordura / altura (em centímetros |
Resultado - até 18,5 (abaixo do peso) - 18,6 a 24,9 (normal) - 25 a 29,9 (sobrepeso) - acima de 30 (obesidade) |
Resultado - 1,35 a 1,65 (abaixo do peso) - 1,65 a 2 (normal) - mais que 2 (obesidade) |
A ideia foi recentemente publicada em uma tese de doutorado após quatro anos de estudos no departamento de clínica médica da universidade, onde a nutricionista Milene Savegnago Mialich Grecco, de 26 anos, com orientação do professor Alceu Afonso Jordão Junior, elaborou uma fórmula alternativa ao método tradicional criado no século 19.
A novidade leva em conta o percentual de gordura para calcular se o paciente é magro ou se está acima do peso. O perfil que mais deve ser beneficiado pela equação é o indivíduo que, por exemplo, tem 1,70 metro de altura e pesa em média 73 quilos e possui uma aparência magra, mas que com hábitos alimentares desregrados e baixa atividade física pode atingir percentuais de gordura acima dos 30%.
"O extremamente subnutrido e o muito obeso são captados pelo IMC tradicional. A grande preocupação são os que estão nas faixas intermediárias, que às vezes apresentam normalidade ou início de sobrepeso no teste convencional", explicou a pesquisadora. Testado até agora com 700 pessoas, o "IMC de gordura" busca apontar um resultado mais conclusivo e antecipar pacientes aos riscos da obesidade e de doenças como hipertensão e diabetes.
A fórmula, que segundo a pesquisadora é inédita no Brasil, compete com outras desenvolvidas fora do país, como o "índice de adiposidade corporal", dos EUA, que leva em conta a circunferência abdominal nos cálculos.
Estudos que tentam se adaptar aos hábitos da população do século 21. "Com isso a gente consegue prevenir ou mesmo evitar o desenvolvimento de muitas doenças, gerando um custo menor para o serviço de saúde."
Para que a fórmula tenha autoridade científica, Milene pretende realizar uma pesquisa mais ampla em seu projeto de pós-doutorado. "O primeiro estudo teve uma amostra bem homogênea, com uma população jovem. Agora a gente quer misturar perfis diferentes, indivíduos mais velhos e mais novos", disse.
A fórmula
A equação que define se você está ou não acima do peso é tão simples quanto a clássica, com a diferença de que você terá que descobrir seu percentual de gordura.
Isso pode ser feito por meio de uma avaliação física na academia – onde os professores utilizam medidores manuais de gordura, que embora sejam menos exatos são eficientes para o cálculo – ou por exames como tomografia e impedância – sistema que faz a medição através de ondas eletromagnéticas.
Para descobrir qual é seu IMC, é necessário somar o triplo do seu peso (em kg) ao quádruplo de seu percentual de gordura e dividir o resultado por sua altura (em centímetros). A equação, segundo Mirele, foi elaborada depois de serem testadas diferentes variáveis, focando uma fórmula que fosse simples para ser calculada em casa. "Queríamos algo correlato ao IMC tradicional", disse
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