Sem candidato ao Senado, PT conversa com Neri, mas impõe Lula Deputado diz que, em caso de aliança, palanque não tem espaço para outro presidenciável
Presidente do PT em Mato Grosso, o deputado estadual Valdir Barranco afirmou nesta quarta-feira (23) que a sigla abriu diálogo com o pré-candidato ao Senado pelo PP, deputado federal Neri Geller.
A articulação inesperada ocorreu, segundo o parlamentar, em razão de um descontentamento de Neri com a possibilidade de não conseguir o apoio do governador Mauro Mendes (União Brasil) ao projeto político.
Isso porque, apesar de grande parte da base aliada de Mendes apoiar a candidatura, o governador estaria flertando com a candidatura à reeleição do senador Wellington Fagundes (PL).
Segundo Barranco, qualquer construção com o grupo de Neri ou com qualquer outro candidato nas majoritárias – seja Senado ou Governo – está condicionada ao apoio irrestrito à candidatura do ex-presidente Lula ao Governo Federal.
“Obviamente que não teremos condições de apoiar um candidato se for alguém que não assuma o compromisso com a campanha do presidente Lula. Não perguntamos a ele, colocamos como condição. Se viermos a tê-lo como candidato, a condição primaz é essa”, afirmou.
“Ninguém que queira ser candidato com o nosso apoio terá respaldo se não abraçar a campanha do presidente Lula. Aí é melhor termos um candidato desse grupo ao Senado, para concorrer com as propostas que sejam claras nesse sentido”, ressaltou.
Ninguém que queira ser candidato com o nosso apoio terá respaldo se não abraçar a campanha do presidente Lula
Segundo o deputado, isso foi colocado na mesa de diálogo, mas não houve uma resposta imediata do pré-candidato, que ainda estaria avaliando a proposta e não teria desistido de ser o candidato do governador do Estado.
“A decisão é dele. Se ele for candidato do Mauro, não precisa de nós. Agora, se ele realmente for rechaçado lá e precisar de nós, precisará se definir, porque Mauro escolhendo Wellington, claramente eles são Bolsonaro”, afirmou.
“E os demais eleitores que não são bolsonaristas vão ficar órfãos. Ou ele abraça, ou teremos uma candidatura da nossa federação”, completou.
Dentro da federação entre PT, PC do B e PV, o nome apontado por Barranco como alternativa é o da ex-reitora Maria Lúcia Cavalli Neder (PC do B), que já foi candidata ao Senado em 2018.
“Ela está bem colocada nas pesquisas. E é do nosso campo. Alguém que perfeitamente faria uma campanha sem problema nenhum para representar a proposta do presidente Lula”, disse.
Ou ele abraça, ou teremos uma candidatura da nossa federação
Palanque exclusivo
Em caso de aliança em torno do nome de Neri Geller, o presidente do PT afirmou que não há espaço para divisão do palanque no Estado com nenhum outro presidenciável.
A afirmação foi feita ao ser questionado sobre o apoio do MDB à candidatura do deputado federal, partido que tem como pré-candidata ao Governo Federal a senadora de Mato Grosso do Sul, Simone Tebet.
“Não. Primeiro que a Simone Tebet, eu acredito que não vá ser candidata, porque tem dificuldade nas pesquisas. Mas esse grupo é para trabalhar exclusivamente a campanha do Lula em Mato Grosso. Não tem como ter dois senhores”, defendeu.
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