Troca de partido implode as bancadas estaduais em Mato Grosso Troca de partido implode as bancadas estaduais em Mato Grosso
PDT, PROS, PSL e PV perderam suas bancadas estaduais em Mato Grosso.
A janela de filiação embaralhou a composição política por conta do corre-corre ao longo de 30 dias e que terminou na sexta-feira (1º).
A maior bancada dissolvida foi a do PSL que era formada por Ulysses Moraes, Delegado Claudinei, Gilberto Cattani e Elizeu Nascimento.
Por outro lado, do turismo partidário surgiu a bancada do PL.
Além desse fato, aconteceu o desmantelamento do Solidariedade, que não tinha deputado estadual, mas contava com dois políticos de expressão: o deputado federal Dr. Leonardo, e o prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio.
Allan Kardec era o único deputado estadual do PDT e o presidia regionalmente.
Até meados de fevereiro, o parlamentar estimulava políticos e estudantes a se filiarem ao seu partido, mas sem alardes costurou sua ida para o PSB, que o aceitou deixando claro que não lhe daria legenda para reeleição, mas que abriria espaço para sua candidatura a deputado federal; Allan Kardec aceitou.
O próximo passo de Allan Kardec não deverá ser fácil.
Seu partido monta chapa para deputado federal com Neuma Moraes, primeira-dama de Rondonópolis; e Welinton Marcos, ex-vice-prefeito de Barra do Garças na condição de puxadores de votos. Sem Allan Kardec o PDT encolhe.
O partido elegeu sete prefeitos em 2020, mas o médico Divino Henrique Rodrigues, de Barra do Bugres, foi cassado por acúmulo de funções públicas e sua vice Maria Azenilda Pereira (MDB) o substituiu.
O principal município administrado por pedetista é Campo Verde, com o agrônomo Alexandre Lopes; os demais são pequenos, a exemplo de Poxoréu, com o empresário Nelson Paim, e Porto Alegre do Norte, com o agricultor Daniel do Lago.
Também em 2020 o PDT elegeu nove vice-prefeitos e 61 vereadores em 37 municípios.
Em Cuiabá, naquele ano, o maestro Fabrício Carvalho foi candidato a vice-prefeito de Gisela Simona (PROS) e sua chapa ficou em terceiro lugar com 52.191 votos que corresponderam a 19,42% da votação.
João Batista do Sindspen era o único deputado pelo PROS, mas foi defenestrado pela cúpula do partido.
Sem espaço o parlamentar migrou para o Partido Progressista, que tinha em sua bancada somente Paulo Araújo.
Quem lidera o PP é o deputado federal Neri Geller, pré-candidato ao Senado.
Na esteira do bolsonarismo o PSL formou a maior bancada estadual, com três cadeiras: Sílvio Fávero, Delegado Claudinei e Ulysses Moraes, mas essa composição foi alterada antes de sua pulverização na janela de filiação.
Em 13 de março de 2020, Fávero morreu aos 54 anos vítima da covid; o suplente e correligionário Gilberto Cattani o substituiu.
Cattani chegou à suplência pelo PSL, mas na eleição suplementar ao Senado em 2020 filiou-se ao PRTB pelo qual disputou aquele pleito enquanto candidato a primeiro suplente de Reinaldo Moraes, o Rei do Porco (PSC); pouco antes de ocupar a cadeira de Fávero, Cattani voltou para o PSL, até que na janela o deixou pelo PL – o novo partido de Bolsonaro – juntamente com o Delegado Claudinei e Elizeu Nascimento.
Elizeu, em 2018, elegeu-se pela Democracia Cristã.
Ulysses Moraes tentou filiação ao PL, mas foi rechaçado por conta da disputa interna pela sobrevivência nas urnas.
Sem alternativa, Ulysses foi para o PTB que é controlado pelo ex-deputado federal Victorio Galli.
Dr. Gimenez e Faissal Calil implodiram a bancada do Partido Verde.
O primeiro filiou-se ao PSD do senador Carlos Fávaro, para tentar novo mandato na Assembleia.
Faissal migrou para o Cidadania, que é liderado pelo ex-secretário de Estado Marco Marrafon e corre atrás da reeleição.
Mesmo sem bancada estadual o Solidariedade sofreu esvaziamento.
No final de 2021 o deputado federal Dr. Leonardo afastou da direção regional o prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio.
Insatisfeito, Pátio filiou-se no PSB juntamente com outros políticos daquele município.
Alegando dificuldade para reeleger-se pela sigla, Dr. Leonardo a deixou pelo Republicanos.
Em 2020, o partido elegeu oito prefeitos, cinco vice-prefeitos e 63 vereadores.
A saída de Dr. Leonardo foi aceita com naturalidade no partido.
O Professor Mauto, prefeito de Salto do Céu, assegurou que trabalhará por sua reeleição, e que esse é o sentimento de seus colegas e correligionários prefeitos em São José do Quatro Marcos e Araputanga, que são municípios da base eleitoral de Dr. Leonardo na faixa de fronteira.
O Republicanos, partido escolhido por Dr. Leonardo tem um deputado estadual: Valmir Moretto, e na janela recebeu o vice-governador Otaviano Pivetta, que se elegeu pelo PDT, mas estava sem filiação.
Adilton Sachetti, que foi prefeito de Rondonópolis e deputado federal dirige o Republicanos em Mato Grosso.
WELLINGTON – Senador em final de mandato e presidente regional do PL, Wellington Fagundes não tinha correligionário na Assembleia, até que Bolsonaro aceitou convite de Valdemar Costa Neto e filiou-se àquele partido.
Com a ida do presidente para a sigla, o bolsonarismo mato-grossense o seguiu praticamente em peso. Assim, de partido sem bancada o PL passou a contar com três deputados: Delegado Claudinei, Gilberto Cattani e Elizeu Nascimento.
Ulysses Moraes tentou acompanhar seus companheiros, mas as portas foram fechadas para ele.
Comentários