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Domingo - 03 de Abril de 2022 às 10:39
Por: Alecy Alves/Diário de Cuiabá

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Dinalte Miranda/DC
Dona Alice é líder na comunidade São Gonçalo Beira-rio, há décadas preside a Associação de Ceramista
Dona Alice é líder na comunidade São Gonçalo Beira-rio, há décadas preside a Associação de Ceramista

Aos 75 anos, dona Alice Conceição de Almeida é um grande exemplo na luta pela preservação da arte e costumes da cultura cuiabana.

Líder na comunidade São Gonçalo Beira-rio, há décadas preside a Associação de Ceramista e está à frente da lojinha de artesanatos que funciona na sede da entidade.

Dona Alice é uma mestra na arte de transformar argila em peças decorativas, utensílios domésticos, símbolos da fé do povo cuiabano, entre outros.

Faz isso desde a infância.

Ao longo de pelo menos 60 anos, ela esculpiu com perfeição os mais diversos artigos.Foram incontáveis criações de sua própria memória, peças contempladas em outros ambientes ou lhes apresentados sob encomenda.

Mas, a contradição entre idade e exigência de força muscular na modelagem do barro tornou-se mais que preocupação.

Um problema.

Não a afastou, mas limitou suas atividades e a fez optar por outras etapas da produção artesanal.

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Dona Alivc é líder na comunidade São Gonçalo Beira-rio, há décadas preside a Associação de Ceramista

Agora ela se dedica ao acabamento e ao ensino da arte.

“Não tenho mais tanta força muscular”, justifica-se, depois de informar que agora trabalha na pintura e no brilho final das peças

.Dona Alice se reinventou para não parar de fazer o que gosta, mas não ensina a tantos, como gostaria.

Ela ainda busca apoio à formação de novos artesãos.A luta dela é no sentido de impedir que o legado da cerâmica de São Gonçalo Beira Rio não morra com ela e outros ceramistas de sua geração.

De acordo dona Alice, por falta de incentivo ao ensino, produção e valorização da arte, os jovens da própria comunidade não querem ser ceramistas.

“Nossos filhos e netos aprendem, mas não persistem na atividade.

Eles saem atrás de empregos que garantam estabilidade financeira em outras áreas”, reforça.

“Somos procurados por muitos e ouvimos muitas promessas, só que nada sai do papel”, reclama a mestra ceramista.

O sonho dela é montar uma escola de arte com cursos permanentes de ceramistas na sede da associação.

Essa ação, explica ela, assegura a formação de novos e valoriza os velhos ceramistas.

Enquanto isso não acontece, dona Alice alimenta a esperança de difusão do legado ceramista cuiabano no projeto de uma agência de turismo do Distrito Federal.

A proprietária da empresa se encantou com a comunidade ribeirinha e passou a ofertar passeio de canoa e minicurso de cerâmica aos turistas que traz para Mato Grosso.

Ela diz que já recebeu alguns turistas e há um novo grupo programado para julho deste ano.Dona Alice e outros ceramistas também oferecem cursos particulares a partir de dois ou mais alunos.

Por uma tarde de aprendizagem cobram R$ 100.

Informações: (65) 3661-3264 e 98114-3450





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