"Julgamento do mensalão tem que acontecer", diz Aécio
Virtual candidato do PSDB para as eleições presidenciais de 2014, o senador Aécio Neves (MG) se mostrou nesta sexta contrário à possibilidade de adiamento do julgamento do processo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para depois eleições de outubro, como solicitou à corte um grupo de advogados ligado ao PT. Segundo o tucano, a questão não pode pautar as discussões nos pleitos locais, mas ressaltou que o julgamento "tem que acontecer" e admitiu que o caso pode influenciar na urnas.
"Vejo preocupação muito grande entre dirigentes do PT, até pela desorganização da própria ação daqueles réus que terão que apresentar lá a sua defesa. A gente vê que há grande contradição entre as defesa de A, B ou C. (Mas) não consigo fazer ainda essa avaliação", disse, ao ser questionado sobre o possível impacto que o julgamento pode ter nas disputas municipais.
O tucano garantiu que, no caso da capital, não vai "trazer a questão do mensalão para a campanha". "Nem acho que devemos trazer", salientou. Mas ressaltou que o julgamento, marcado para ter início no próximo dia 2, "é um fato que está aí" e que o STF tem o "papel" de por o processo em pauta, seja para "absolver ou condenar" os réus, cuja maior parte é ligada ao PT. "O Supremo Tribunal Federal, a partir de sua composição, tem toda condição de fazer um julgamento técnico, sem se submeter a nenhum tipo de pressão. Obviamente, ele (julgamento) tem que acontecer", declarou.
Nesta sexta, Aécio participou pela primeira vez de um ato de campanha do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), que disputa a reeleição em um pleito polarizado com o ex-ministro Patrus Ananias. Apesar de o resultado da eleição na capital poder influenciar nas pretensões presidenciais do tucano, o senador afirmou que "2014 não está na nossa agenda". "Só vem depois de 2013 e, principalmente, depois de 2012. Tenho dito aos companheiros do PSDB e à direção nacional do partido: vamos deixar que o Supremo cuide do mensalão e vamos cuidar das cidades", concluiu.
Comentários