Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sexta - 08 de Abril de 2022 às 10:51
Por: Paula Shaira/Midia News

    Imprimir


Paula Shaira/Midia News
Casarão que desabou no último mês por conta da forte chuva que caiu na cidade
Casarão que desabou no último mês por conta da forte chuva que caiu na cidade

os cuidados com os imóveis tombados.

“O proprietário passa por muita burocracia para conseguir restaurar, estão dificultando e colocando restrições para os proprietários conseguirem ‘mexer’ no imóvel”, disse José Gomes, que é morador do centro histórico há 12 anos.

Segundo o morador, falta investimento e interesse por políticas públicas.

“O centro está abandonado, tem muito usuário de droga que usa os casarões. Acho que deveria existir uma ação social da Prefeitura que reintegrasse essas pessoas em situação de rua”, defendeu.

Para o ambulante Miguel, que trabalha há 32 anos na praça da igreja da Nossa Senhora da Boa Morte, o fato do centro ter uma série de imóveis tombados atrapalha o desenvolvimento da região.

“(Em muitos casos) O proprietário não tem condições e não vai querer investir porque não é o interesse dele. Ninguém tem interesse em comprar uma casa tombada. Normalmente a pessoa quer comprar, destruir e construir algo novo no lugar”, disse.

Qualquer pessoa teria medo de morar num casarão desses, colocar a vida em risco. Eu mesmo não moraria

“Mas se for destruir tudo novo não vai ter história na cidade. Vai ficar uma cidade sem história”, acrescentou.

O ambulante trabalha em frente a um dos casarões que desabou no último mês por conta da forte chuva que caiu na cidade. A residência estava erguido nos fundos da igreja Nossa Senhora da Boa Morte, com acesso pela Praça Antônio Corrêa.

“Caiu, porque ficou abandonada. E vai cair ainda mais se não cuidarem. Se não tem um recurso para o proprietário reformar a casa, vai acabar caindo mesmo”, disse Miguel.

O ambulante se disse assustado com o "apagamento histórico" e ser necessário o uso de verba federal para obras de revitalização.

“Qualquer pessoa teria medo de morar num casarão desses, colocar a vida em risco. Eu mesmo não moraria”, completou.

Em nota, o Iphan afirmou que todos os imóveis destruídos pela ação das chuvas são particulares e sofreram danos por conta de manutenções preventivas não realizadas.

O tombamento

A fim de preservar a história da Capital de Mato Grosso, estudos para o tombamento começaram por volta de 1980, tendo sido aprovado em 1988 pelo conselho consultivo do Iphan. Só entrou em vigor em 1993, com a inscrição da área em livros históricos, de belas artes e arqueológico, etnográfico e paisagístico.

A área tombada do centro histórico possui 13 hectares, onde estão cerca de 400 imóveis. Há ainda a área de entorno, com mais 600 imóveis e 49,7 hectares.

Veja o vídeo:

GALERIA DE FOTOS

Centro Histórico

Centro Histórico

Centro Histórico





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/451504/visualizar/