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Sábado - 09 de Abril de 2022 às 10:48

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Passada a janela partidária e com a proximidade do pleito deste ano, as disputas eleitorais nos estados começam a ganhar contornos mais nítidos. Dos 16 governadores que tentarão se reeleger em 2022, nove têm afinidade com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e devem oferecer palanque a ele.

Além de ter garantido espaço em estados com grandes colégios eleitorais, como Minas Gerais e Rio de Janeiro, o presidente também tem apoio confirmado pelas regiões do país e, mais importante: distribuiu aliados por vários partidos.

Desde o início das articulações pela reeleição, três siglas do Centrão que ganharam cargos no governo nos últimos anos se colocaram no barco de Bolsonaro: o próprio PL, o Republicanos e o PP. Para além dessa tríade, Bolsonaro também captou apoio em siglas que têm adotado certa independência na atual gestão, como MDB, PSD e União Brasil (decorrente da recente fusão entre PSL e DEM).

Políticos que pretendem disputar a reeleição aos cargos que já ocupam não precisam se desincompatibilizar. A legislação eleitoral só exige isso se o posto a ser disputado for diferente do ocupado. Com isso, os postulantes à reeleição contam com a máquina estatal nas mãos e maior exposição pública que os concorrentes.

Veja quem são os pré-candidatos à reeleição próximos de Bolsonaro:

Acre: Gladson Cameli (PP)

Amazonas: Wilson Lima (União Brasil)

Distrito Federal: Ibaneis Rocha (MDB)

Minas Gerais: Romeu Zema (Novo)

Paraná: Ratinho Júnior (PSD)

Rio de Janeiro: Cláudio Castro (PL)

Rondônia: Coronel Marcos Rocha (União Brasil)

Roraima: Antonio Denarium (PP)

Santa Catarina: Carlos Moisés (Republicanos)

Em Rondônia, o senador Marcos Rogério — que ficou especialmente conhecido pela defesa enfática do governo na CPI da Covid — filiou-se ao PL para disputar o Palácio Rio Madeira. Esse é um dos estados em que Bolsonaro pode enfrentar “bolas divididas”, com palanques duplos.

Em três estados, candidatos à reeleição possuem apoio pendular em relação a Bolsonaro: Goiás, com Ronaldo Caiado (União Brasil); Mato Grosso, com Mauro Mendes (União Brasil); e Sergipe, com Belivaldo Chagas (PSD).

Além dos incumbentes que vão tentar renovar seus mandatos, há ainda candidaturas bolsonaristas em ascensão, como Tarcísio Freitas (Republicanos), em São Paulo, e Onyx Lorenzoni (União Brasil), no Rio Grande do Sul. Ambos são tidos como candidatos competitivos e aparecem bem colocados em pesquisas de intenção de voto.

Os palanques estaduais são importantes, porque aumentam a capilaridade dos postulantes, em especial nos estados onde são menos conhecidos ou em que têm menor percentual de votos. Candidatos a governador fornecem estrutura para os presidenciáveis e costumam ter mais popularidade do que aspirantes a cargos no Legislativo.

Lula

Do outro lado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário de Bolsonaro, ainda costura suas alianças. Nos últimos meses, foram poucos os movimentos no sentido de garantir palanques estaduais. Dos governadores candidatos à reeleição, apenas três devem estar oficialmente do lado petista:

Helder Barbalho (MDB-PA)

João Azevêdo (PSB-PB)

Fátima Bezerra (PT-RN)

Na Paraíba, Lula também é cortejado pelo senador Veneziano Vital do Rêgo, do MDB, o que pode significar palanque duplo no estado.

Em outros estados do Nordeste, tradicionalmente um reduto petista, governadores aliados completam em 2022 seu ciclo de dois mandatos — é o caso de Wellington Dias (PT-PI), Renan Filho (MDB-AL), Rui Costa (PT-BA), Flávio Dino (PSB-MA) e Camilo Santana (PT-CE). Mesmo que eles estejam tentando fazer seus sucessores, os políticos, com exceção de Rui Costa, renunciaram a seus cargos para se candidatar a outros.

No Espírito Santo, o PT não deve contar com o apoio do atual governador e pré-candidato à reeleição, Renato Casagrande. A relação azedou depois que Casagrande se encontrou com o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-SP), em fevereiro, e prometeu a ele que não dará palanque a Lula no estado, mesmo que o seu partido, o PSB, fechasse aliança com o PT em nível nacional – o que, de fato, aconteceu.

Mesmo com a coligação nacional entre os dois partidos, o governador capixaba pretende ficar neutro sobre a disputa presidencial. Casagrande resiste a declarar apoio a Lula pelo fato de pesquisas internas às quais teve acesso mostrarem “alta rejeição” ao PT no Espírito Santo.

O Partido dos Trabalhadores já anunciou a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato, recém-filiado à sigla, ao governo do estado, mas admite retirar o nome da disputa.

Em São Paulo, Lula entende que o PT nunca esteve tão perto de governar o estado, com o ex-prefeito Fernando Haddad na dianteira das pesquisas.

No Rio, o partido vai apoiar o deputado federal Marcelo Freixo (PSB), que tem como principal adversário Cláudio Castro, atual governador e aliado de Bolsonaro.

Em Minas, Lula articula um arranjo com o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), que disputará o governo mineiro nas eleições deste ano.





Fonte: MidiaNews

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