FAMÍLIA PEDE JUSTIÇA
Diarista morta em acidente tem três filhas; caçula está na UTI Motorista invadiu pista a acertou carro em que estava Marcelene e filha; ela e motorista morreram
A diarista Marcelene Lucia da Silva Pereira, de 39 anos, que morreu em um grave acidente na última sexta-feira (8) na Avenida Filinto Muller, em Várzea Grande, deixou três filhos, sendo três meninas de 16, 11 e 5 anos.
Segundo familiares disseram ao programa SBT Comunidade, nesta segunda-feira (11), Marcelene era mãe solteira e as sustentava sozinha.
Após o trágico acidente, a irmã de Marcelene ficou com a guarda das duas filhas mais velhas. Enquanto isso, a caçula da família, que estavam com a mãe no momento do acidente, segue internada em um Hospital de Várzea Grande, em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O seu quadro é considerado estável e a melhora é gradativa. Apesar de ainda estar na UTI, a pequena se prepara, entre hoje e amanhã, para ser transferida para enfermaria. Ela já se alimenta e conversa bem e a expectativa é de que receba alta no decorrer desta semana.
O dia do acidente
No dia do acidente, Marcelene deixou as duas filhas em uma escola de Várzea Grande. Ainda deixaria a caçula em outra escola e depois seguiria para uma diária que estava marcada.
A filha mais velha pediu uma corrida por aplicativo para a mãe, em seu celular. Marcelene embarcou no Toyota Etios e seguiu viagem.
Na Avenida Filinto Muller, o carro em que ela estava foi atingido por um Corolla que, desgovernado, invadiu a pista e bateu de frente com o Etios. Mãe e filha foram arremessadas para fora do veículo.
Marcelene e o motorista de aplicativo - Igor Rafael Alves dos Santos Silva, de 22 anos – morreram ainda no local e a caçula foi levada ao Pronto Socorro Municipal.
A filha mais velha, que acompanhava a corrida pelo celular, estranhou quando o carro parou e não saiu mais do lugar. Ela acionou os familiares que foram averiguar a situação.
O irmão mais velho de Marcelene, Mauro Ricardo, entrevistado pelo programa, esteve no local do acidente e pede por justiça.
“Crueldade, muito duro para nós. O mínimo que espero é que a justiça, as autoridades competentes, tenham o mínimo de senso e façam ele pagar”, disse se referindo ao motorista Jeferson Nunes Veiga, responsável pelo acidente.
O motorista foi preso sob suspeita de embriaguez ao volante e, na abordagem, se recusou realizar o teste do bafômetro. Na tarde de domingo (10), após audiência de custódia, a prisão temporária foi convertida em preventiva.
“Foi horrível ver a minha irmã jogada aqui no chão”, disse ele.
A lacuna que fica
Segundo a irmã de Marcelene, que atualmente tem a guarda das meninas, e acompanha a recuperação da caçula hospitalizada, a diarista era um exemplo de mãe.
“Tristeza muito grande. Uma mãe muito carinhosa, uma super-mãe. Eu, como irmã, a ficha não caiu, imagina para as filhas”, disse ela.
A melhor amiga de Marcelene, Loíla de Sousa, falou também emocionada sobre a perda. “Eu cheguei lá [no Hospital] e ela falava assim: ‘Cadê minha mãe, tia? Minha mãe está bem?'".
Segundo ela, a pequena lembra detalhadamente do momento do acidente, quando o outro veículo foi para cima do carro em que elas estavam. “Se você ver o estado dela, ela nasceu de novo”.
A prisão
A Justiça determinou a prisão preventiva do motorista Jeferson Nunes Veiga, que dirigia o Corolla que matou a diarista e o motorista do aplicativo e deixou a criança de 5 anos ferida.
A decisão foi dada pelo juiz plantonista André Maurício Lopes Prioli, da 2ª Vara Cível de Várzea Grande, durante audiência de custódia realizada na tarde de domingo (10).
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