SERVIDORES COM FILHOS ESPECIAIS
Outdoor e campanha nas redes sociais cobram 'sensibilidade' de governador
O apelo para que o governador Mauro Mendes (União) sancione o projeto de lei PLC 11/2022, que pretende reduzir a carga horária dos servidores que possuem filhos que dependem de cuidados especiais tem se expandido nas redes sociais e até outdoors pela Capital.
A matéria já aprovada pela Assembleia Legislativa garante a redução de 50% da carga horária de trabalho para servidores que possuem dependentes diretos (filhos, cônjuge) com doença incapacitante ou deficiência grave e aguarda o aval o do Palácio Paiaguás.
Uma das defensoras da proposta, a deputada estadual Janaina Riva (MDB), tem utilizado sua influência no Instagram, onde tem mais de 107 mil seguidores, para pressionar e convencer o governo de que o projeto precisa ser sancionado.
“O Estado possui um número ínfimo de servidores nessa condição, que jamais deve ser chamado de “benefício”, mas sim um direito garantido de cuidar dos seus filhos com deficiência, garantindo melhor qualidade de vida e mais condições de tratamento a eles. Por isso seguimos na luta para que o governador Mauro Mendes sancione o PLC 11/2022 e mostre que o governo do estado é inclusivo e respeita as pessoas com deficiência e suas famílias”, escreveu a deputada.
Além das redes sociais, também foi divulgado na Capital um outdoor com a frase “Deixem minha mãe cuidar de mim”. A campanha ocorre justamente no “Abril Azul”, mês de Conscientização do Autismo.
A imagem de apelo também foi compartilhado pela parlamentar e rendeu centenas comentários, principalmente de mães que podem ser amparadas pela lei.
“Convido governador a ter um dia de rotina com um PcD pra saber como é. Quem está de fora é fácil chamar de privilégio”, escreveu uma das internautas.
“Uma luta árdua e um direito do pcd. Não uma 'ilha de privilégio' como querem pintar. Empatia! Por favor”, cita outro comentário.
Governo sinaliza veto
Diante do apelo, o governador Mauro Mendes (União) comentou sobre o assunto recentemente e sinalizou que deve vetar a proposta.
Para a imprensa, o chefe do Executivo pontuou que a criação do benefício para o funcionalismo deve criar uma desigualdade com as demais classes trabalhistas da sociedade.
“Sou um cara sensível, mas nós não podemos criar dentro do serviço público uma ilha de desigualdade com a sociedade. Alguém aqui que trabalha na imprensa, na indústria, no comércio, no agronegócio tem esse benefício para poder reduzir a carga de trabalho em sua empresa? Não tem. Podemos até criar algo. Eu propus algo bom, mas eles [deputados] querem algo ótimo. Lá fora ninguém tem nada e quem paga essa conta somos nós”, disse o chefe do Executivo.
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