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Terça - 19 de Abril de 2022 às 12:22
Por: Leonardo Heitor/FolhaMax

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O governador Mauro Mendes (UB) afirmou na manhã desta terça-feira (19), em entrevista à rádio Vila Real, que a prisão do ex-secretário de Estado de Ciências e Tecnologia e Inovação de Mato Grosso (Seciteci), Nilton Borgatto (PSD), que atuou na pasta até o mês de março, não se trata de assuntos governamentais. O chefe do Executivo estadual afirmou que a acusação diz respeito a vida pessoal do antigo comandante da pasta.

Nilton Borgatto é um dos alvos da Operação Descobrimento, deflagrada nesta terça-feira pela Polícia Federal, para desbaratar um esquema de envio de drogas de Mato Grosso para Portugal. Ele foi preso nesta manhã, em um prédio de luxo na região central de Cuiabá. Mauro Mendes destacou que a acusação contra o ex-secretário não diz respeito a crimes cometidos em prejuízo ao Governo do Estado.

“O que as pessoas fazem na sua vida particular é problema delas, não do Governo. Esse crime é pessoal, que ele está sendo acusado pela Polícia Federal. Não conheço os fatos, não sei nada sobre o assunto. Só vi pela imprensa agora de manhã. E obviamente ele vai responder. Não sei quando isso aconteceu, se aconteceu, mas não tem nada a ver com a gestão e ato que ele possa ter praticado dentro do Governo”, afirmou Mauro Mendes.

Borgatto foi titular da Seciteci entre 2019 e março deste ano. Deixou a pasta para ser candidato a deputado federal nas eleições de outubro. O ex-secretário foi prefeito de Glória D'Oeste, cidade que está localizada na faixa de fronteira com a Bolívia. Em sua residência, foram apreendidos pela Polícia Federal um Honda Civic, de cor branca, além de uma caminhonete Mitsubishi L200, de cor cinza.

Ao todo, a Operação Descobrimento cumpre 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco. Em Portugal, com o acompanhamento de policiais federais, a polícia portuguesa cumpre três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga.

As investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador (BA) para abastecimento. Após ser inspecionado, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave. A droga era transportada no avião de uma empresa privada ligada ao lobista, que ficou conhecido por denunciar um esquema de propinas nas obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

A partir da apreensão feita em Salvador, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).

A operação também resultou na prisão do ex-lobista do VLT, Rowles Magalhães Pereira da Silva, que foi detido em São Paulo. Na casa do empresário, em Cuiabá, a Polícia Federal apreendeu cédulas de dólar, euro, além de itens de luxo como bolsas e acessórios de marcas famosas, como Valentino, Prada, Louis Vuitton, Yves Saint Laurent e Chanel, além de relógios Rolex. A droga apreendida em 2021, que originou as investigações, era transportada no avião de uma empresa privada ligada ao lobista, que ficou conhecido por denunciar um esquema de propinas nas obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).





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