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Brasileiro do levantamento de peso quer ficar entre os seis melhores
Fernando Saraiva Reis, do levantamento de peso, está muito à vontade no Crystal Palace. A cadeira aguenta seus 142 quilos, e ele responde a todas as perguntas com paciência. Mas os repórteres insistem em saber por que ele escolheu um esporte tão difícil, em que os praticantes são tão poucos no Brasil, e a estrutura, quase nenhuma. Reconhece que era ruim jogando bola. "Mas se eu quisesse facilidade na vida, iria jogar futebol".
![Superpesados. Fernando quer engordar cada vez mais para conseguir competir melhor na categoria - Alaor Filho/AGIF/COB Superpesados. Fernando quer engordar cada vez mais para conseguir competir melhor na categoria - Alaor Filho/AGIF/COB](http://www.estadao.com.br/fotos/levantamento.jpg_.jpg)
mais para conseguir competir melhor na categoria
Depois de alguns segundos, volta ao jeito bonachão. Em pouco mais de dois anos, engordou o equivalente a uma pequena ginasta: 40kg. Tomou a decisão em conjunto com o técnico, o cubano Luis Lopez. Tem 1,85m e sofria para se enquadrar no limite de peso da categoria dos pesados. Agora, na categoria dos superpesados, sua preocupação é oposta: quer engordar cada vez mais, e transformar boa parte dos novos tecidos adiposos em músculo.
Campeão dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, vai se dar por satisfeito se conseguir ficar entre os seis melhores em Londres. Lopez tem bons olhos até para a oitava colocação.
O COB, que nada em dinheiro, promete criar uma sala para o levantamento de peso no Complexo Maria Lenk. É pouco, e tanto Saraiva como Lopez consideram que o Rio não é o lugar mais adequado para criar bons levantadores de peso brasileiros. "Nos países do Leste Europeu, que são os que dominam o esporte, os Centros de Treinamento são sempre em localidades afastadas. O Rio oferece muitas distrações, muitas mulheres. Não é o ideal", pondera o cubano.
Saraiva concorda, mas não reclama. "Não temos nada. O que oferecerem pra nós, seja onde for, temos que aceitar. E agradecer".
Filho de Horácio Reis, que já foi dirigente do levantamento de peso no Pinheiros, clube do qual a família é sócia, e hoje é vice-presidente das entidades sul e pan-americanas que regem a modalidade, Saraiva investiu dinheiro da família para evoluir. Quando Lopez era o responsável técnico para melhorar o nível dos atletas chilenos do esporte, o brasileiro ia encontrá-lo em Santiago, a fim de poder acumular conhecimento e redirecionar seu treinamento. "Falta conhecimento sobre o nosso esporte no Brasil. Isso é um obstáculo".
Saraiva quer acumular força, conhecimento e peso. Tudo isso mirando o ouro no Rio. Ele pensa grande e é grande, não é um personagem pequeno do esporte. Mas nem todo mundo lhe dá o devido valor. Sem se importar com isso, Saraiva levanta os halteres. Depois dos Jogos de 2016, quer se livrar do excesso de peso e se voltar para o mundo empresarial. Estudou administração de empresas no Missouri e vai trocar seu colant de halterofilista por terno e gravata.
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