O advogado Aryldo de Paula, que representa os PMs suspeitos de matar o publicitário Ricardo Prudente de Aquino, 39 anos, afirmou na noite desta quinta-feira que os recentes ataques registados no Estado contra policiais contribuíram para a atitude dos agentes na noite do crime. "Toda esta situação fez com que os policiais pensassem que seriam atacados", declarou o defensor durante a reconstituição do caso.
Segundo ele, o comportamento da vítima também colaborou para a conduta dos agentes durante a abordagem. "Ele (o publicitário) praticou todas as condutas de um meliante. Ele tentou fugir, e os policiais atiraram para evitar a fuga. Não houve erro", disse. "Se ele tivesse parado no momento que mandaram, nada disso teria acontecido", afirmou.
A reconstituição da morte do publicitário, feita pela Polícia Civil, durou cerca de duas horas. Os três policiais militares acusados pela morte de Aquino participaram da reconstituição, por meio de uma autorização judicial.
Nesta quinta-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu habeas-corpus aos PMs envolvidos no caso. Apesar da decisão, o cabo Adriano Costa da Silva, 26 anos, e os soldados Luiz Gustavo Teixeira Garcia, 27 anos, e Robson Tadeu do Nascimento Paulino, 30 anos, seguem presos, já que a soltura foi concedida pela Justiça comum, e não pela militar.
Ricardo Prudente Aquino foi assassinado no último dia 18. Segundo a versão da Polícia Militar, ele fugiu de uma blitz, iniciando uma perseguição de cerca de 10 minutos. Aquino só parou depois que os três policiais acusados fecharam, com a viatura da Força Tática, a passagem do carro da vítima na avenida das Corujas, em Vila Madalena. Por causa da fechada, os veículos chegaram a colidir.
Em seguida, os PMs fizeram oito disparos contra o carro, sendo que dois acertaram o lado esquerdo da cabeça do publicitário. Aquino chegou a ser socorrido para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos. Os policiais foram autuados em flagrante por homicídio doloso (quando há intenção de matar).
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