RODOVIA DA MORTE
Dilmar quer intervenção do Governo de MT na retomada da 163 Parlamentar lembrou falta de duplicação da estrada e criticou demora em rito de distrato
Líder do Governo na Assembleia Legislativa, o deputado Dilmar Dal’Bosco (União Brasil) criticou a demora no dissolução do contrato de concessão da BR-163 entre o Governo Federal e a empresa Rota do Oeste. Ele defendeu a intervenção do Governo Estadual como forma de garantir a celeridade nas obras de duplicação da rodovia.
A declaração ocorreu dias após o acidente entre um ônibus e uma carreta no Norte do Estado, que deixou oito mortos. A colisão ocorreu em um trecho que já deveria ter sido entregue duplicado pela concessionária desde 2019, caso o contrato firmado com a União tivesse sido cumprido.
“Nós não podemos ficar no caos que está, como recentemente ocorreu essa fatalidade. E eu ando nessa BR-163 toda semana, e toda vez tem no mínimo três ou quatro carretas fora da rodovia”, afirmou o parlamentar, em entrevista à Rádio Conti.
A Rota do Oeste decidiu pela devolução amigável da concessão no final de 2021, após não conseguir achar uma solução para retomada das obras de duplicação na rodovia e muita pressão da classe política.
O processo de distrato, porém, não é rápido. Enquanto o Governo Federal estrutura uma nova licitação para a BR-163, a Rota do Oeste segue cobrando pedágio e alega usar o valor arrecadado para manutenção da estrada – principalmente em razão de ser canal para escoamento da produção agrícola do Estado.
“A concessionária concordou com a retirada da concessão, devolveu por pressão. Mas para fazer todo um processo licitatório, pela demora, eu acredito que antes de três anos não sai”, especulou Dilmar.
“Precisamos agilizar. Não podemos deixar à mercê da ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres], do DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes], do Minfra [Ministério da Infraestrutura] para que eles façam todo esse procedimento, porque vai demorar muito tempo”, completou.
Para o deputado, uma saída viável seria o Governo do Estado tomar a rodovia para si, como fez com a BR-174, que passou pelo processo de estadualização por falta de atuação do DNIT e agora se chama MT-174.O principal motivo do pedido do Governo do Estado à União foi a não pavimentação do trecho que liga os municípios de Castanheira e Colniza. A expectativa é de que o asfaltamento do trecho localizado a Noroeste do Estado se inicie ainda este ano.
“O Governo de Mato Grosso não tem capacidade de execução, mas há consórcios propostos a entrar nessa luta, estão interessados e podem assumir isso daí junto com o Governo do Estado”, disse.
“Lógico que daí faremos o nosso modelo para ser mais rápido, mais ágil, talvez uma concessão público-privada ou só privada, porque tem muita gente com interesse em assumir essa rodovia”, completou.
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