Mendes: “Cobro e cobrarei solução para a 163; é um absurdo” Rodovia tem registrado inúmeros acidentes; governador de MT culpa concessionária
O governador Mauro Mendes (União Brasil) voltou a criticar a atuação da empresa Rota do Oeste, concessionária da BR-163 em Mato Grosso, e afirmou que têm cobrado uma solução definitiva do Governo Federal para o imbróglio da concessão da rodovia.
Recentemente, um acidente entre uma carreta e um ônibus deixou oito pessoas mortas e dezenas de feridos no trecho próximo ao município de Vera. Neste sábado (28), um acidente envolvendo cinco veículos causou a morte de pai e filho e deixou cinco feridos, próximo ao município de Nova Mutum.
No fim do ano passado, a Concessionária Rota do Oeste ingressou com pedido de devolução amigável. Ocorre que, para que haja viabilização do processo há entraves burocráticos.
É um desrespeito aos mato-grossenses. Porque está cobrando [pedágio] e não está fazendo
Mendes revelou que no início deste mês se reuniu, em Brasília, com o ministro de Infraestrutura Marcelo Sampaio e com o diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) Rafael Vitale Rodrigues cobrando uma solução para a BR-163.
“Falei com o novo ministro, falei com pessoal da ANTT, e a gente está cobrando. [...] Não é uma responsabilidade direta do Governo de Mato Grosso, mas cobrar eu tenho certeza que tenho feito, posso continuar fazendo, e dizendo: é um absurdo. É um desrespeito aos mato-grossenses. Porque está cobrando [pedágio] e não está fazendo [a duplicação]”, afirmou o governador.
Mendes classificou como “absurdo”, a rodovia continuar nas mãos da empresa, mesmo que ela não esteja cumprindo o que foi firmado em contrato. O contrato com a via foi celebrado em 2014, durante o Governo Dilma Rousseff (PT). Entre os acordos não cumpridos, está a duplicação do trecho Cuiabá-Sinop.
“É um absurdo esse negócio da BR-163. É bom deixar claro que BR é rodovia federal. Essa concessão é federal, feita em 2014 pelo Governo Federal. Eles [Rota do Oeste] cobram pedágio e nunca fizeram um metro de duplicação daqui para Sinop. Eu fico boquiaberto”, disse.
“Veja que o Ministério Público Federal nunca fez nada sobre isso, o Governo Federal tentou fazer isso e aquilo, mas infelizmente não conseguiu. O então ministro Tarcísio Freitas esteve em Cuiabá no ano passado e eu disse: ‘Ministro, do jeito que vão as coisas, não vai resolver esse problema'. E passaram mais de seis meses e não resolveu o problema”, completou.
O trecho entre Cuiabá-Sinop tem acidentes diários e a estrada já se tornou conhecida como “Rodovia da Morte”.
“É lamentável. A gente está perdendo vidas tão importantes, caras às suas famílias. Há ainda os prejuízos que causa transtorno a muita gente. Então vamos continuar cobrando e vamos continuar pegando pesado nisso aí. Talvez se arrume uma solução”, disse.
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